Após a derrota do governo no aumento do IOF, o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse durante uma aula na Faculdade
de Direito da USP, nesta sexta-feira (27/6), que este “não é um momento
político para se recolher”. Haddad também afirmou que já conversou com o
presidente Lula (PT) sobre a sua posição a respeito do reajuste do IOF,
derrubado pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal na quarta-feira (25/6),
e vem defendendo a judicialização do caso.
“Não é hora de se recolher (…). Agora é hora de
vestir o uniforme do embate, do bom debate público, do debate político, da
disputa por ideias, por futuro, com as nossas armas, que é o conhecimento, a
empatia, o bom senso (…)”, disse Haddad.
Durante a aula, Haddad defendeu que não é contra o
ajuste fiscal, mas que, na história do Brasil, “ajuste fiscal é sinônimo de
supressão de direitos”. O governo vem estudando três possibilidades para
responder à derrubada do IOF: buscar uma nova fonte de receita, fazer um novo
corte no Orçamento, ou recorrer à judicialização – a última é a opção que vem
sendo defendida pelo ministro.
A novela do IOF começou no final de maio, quando o
governo determinou o aumento da alíquota do imposto durante um anúncio de
congelamentos no Orçamento de 2025. Na época, a medida foi recebida de forma
negativa pelo mercado financeiro e a gestão Lula precisou voltar atrás.
Para dar sobrevida à taxação, Fernando Haddad se
reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB),
e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para negociar mudanças na
alíquota. Depois dessa reunião, o governo esperava que o aumento do IOF fosse
aprovado, mas não foi o que aconteceu.
A derrota no Congresso pegou o governo Lula de
surpresa e representou a primeira derrubada de um decreto presidencial nos
últimos 30 anos.
Entenda a derrubada do IOF
- Nessa
quarta-feira, a Câmara dos Deputados e o Senado derrubaram um decreto
presidencial de reajuste do IOF.
- A
derrubada de um decreto presidencial pelo Legislativo é algo que não
acontecia há mais de 30 anos.
- A
Câmara aprovou a revogação com 383 votos favoráveis e 93 contrários e,
horas depois, o Senado confirmou a anulação em votação simbólica.
Metrópoles
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