segunda-feira, 28 de abril de 2025

TANGARAENSE - Câmara cogita resgatar projeto de Paulo Guedes na reforma do Imposto de Renda



O Congresso está analisando a proposta do governo para reforma do Imposto de Renda, e uma coisa é certa: o horizonte é de mudanças. Relator do texto, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) disse a interlocutores que pretende resgatar trechos do projeto apresentado pelo então ministro da Economia Paulo Guedes em 2021, no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Na época, o plano de Guedes chegou a ser aprovado pelo plenário da Casa, com diversas alterações, mas depois foi “enterrado” no Senado. Não está claro, porém, quais trechos Lira cogita incorporar.

A proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dois pontos principais: a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, com descontos até R$ 7 mil; e a criação de um imposto mínimo sobre rendas acima de R$ 50 mil mensais, que inclui a retenção de 10% dos dividendos distribuídos por empresas.

A isenção de R$ 5 mil era visada por Bolsonaro, pois havia sido uma promessa de sua campanha eleitoral em 2018. No entanto, Guedes argumentou que o país passava por dificuldades em 2021, e a alternativa foi elevar a isenção de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil mensais, apesar da pressão do ex-presidente para aumentar o teto para R$ 3 mil.

Naquele momento, o Brasil tinha 31 milhões de declarantes do IR, dos quais 10,7 milhões eram isentos. A proposta de Guedes faria com que 5,6 milhões de pessoas deixassem de pagar o imposto, ampliando a isenção para 16,3 milhões de pessoas.

A proposta do atual governo, por sua vez, prevê isentar cerca de 10 milhões de pessoas do IR, fazendo com que 90% dos declarantes fiquem na faixa de isenção total ou parcial.

O projeto da equipe econômica do ex-presidente Bolsonaro também previa a atualização da tabela de alíquotas do IR por faixas salariais, desatualizada desde 2015. Essa atualização completa não consta da proposta petista, que mantém a defasagem do IR para todos que ganham R$ 7 mil ou mais.

Além disso, o plano de Guedes previa ainda um desconto simplificado de 20% para todas as pessoas que recebessem até R$ 40 mil por ano. O objetivo do governo era manter a simplificação para quem tivesse menor renda e estimular contribuintes com renda acima desse valor a pedir nota fiscal e solicitar deduções.

Guedes falou em “coragem” para taxar lucros e dividendos

O projeto foi entregue em junho de 2021 por Paulo Guedes a Arthur Lira, então presidente da Câmara. Após sofrer modificações, foi aprovada pelos deputados já em setembro daquele ano. Depois, porém, “estacionou” no Senado. O relator da proposta na Casa, senador Angelo Coronel (PSD-BA), criticou o projeto de Guedes em várias ocasiões e defendeu substituí-lo por um novo texto. A proposta não avançou desde então.

Gazeta do Povo

 

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