A Justiça do Rio Grande do Norte aumentou, nesta
quarta-feira (26), as penas da advogada Mona
Lisa Amélia Albuquerque de Lima e dos líderes de facção Orlando
Vasco dos Santos e Erasmo Carlos da Silva Fernandes. Os
três foram condenados por envolvimento com uma organização criminosa que atua
no estado, desmantelada durante a Operação
Carteiras.
Revisão da sentença e aumento das penas
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN)
recorreu da sentença original, solicitando a aplicação da fração máxima das
causas de aumento previstas na Lei nº 12.850/2013. O órgão também pediu a
alteração do regime inicial de cumprimento de pena da advogada para o fechado,
argumentando que a punição inicial não correspondia à gravidade dos crimes.
Com a decisão da Justiça, as penas foram
ampliadas da seguinte forma:
- Mona
Lisa Amélia Albuquerque de Lima:
- Pena
anterior: 4 anos, 9 meses e 5 dias (regime
semiaberto).
- Nova
pena: 7 anos e 6 meses de reclusão e 26
dias-multa (regime fechado).
- Orlando
Vasco dos Santos:
- Pena
anterior: 6 anos, 5 meses e 23 dias
(regime fechado).
- Nova
pena: 10 anos, 3 meses e 24 dias de
reclusão e 36 dias-multa (regime fechado).
- Erasmo
Carlos da Silva Fernandes:
- Pena
anterior: 5 anos, 6 meses e 20 dias
(regime fechado).
- Nova
pena: 8 anos e 9 meses de reclusão e 30
dias-multa (regime fechado).
A decisão do Tribunal de Justiça reforça o
entendimento de que as punições iniciais não refletiam a gravidade dos atos
cometidos, sendo necessário o aumento das penas.
Entenda a Operação Carteiras
A investigação do MPRN começou em julho de 2021 e
revelou o envolvimento da advogada Mona Lisa na comunicação entre líderes
faccionados presos e membros da organização criminosa que operavam em
liberdade.
Segundo o MPRN, a advogada utilizava sua posição
para facilitar a troca de informações sigilosas, levando e trazendo “catataus”
(bilhetes com ordens criminosas) entre presídios e as ruas. Ela era considerada
o principal elo entre os detentos e os integrantes da facção em liberdade,
garantindo o funcionamento do grupo e a continuidade dos crimes organizados.
Advogada alega ser vítima de fraude
Em março de 2024, durante entrevista concedida ao
repórter Rogério Fernandes da TV Ponta Negra, a advogada Mona Lisa Amélia
Albuquerque de Lima afirmou ter sido vítima de fraude.
“Sempre tive a plena certeza de que eu iria comprovar
que a Operação Carteiras foi deflagrada de uma maneira totalmente nula, porque
nenhum ilícito foi encontrado, nenhum ilícito foi apreendido. A interceptação
telefônica do meu aparelho foi encerrada sem que nenhum conteúdo ilícito fosse
transmitido ou recebido.”, conta.
Segundo Mona Lisa, nenhum material foi apreendido
através das buscas e apreensão e o Ministério Público não chegou a comprovar
que, realmente, teria acontecido a troca de mensagens. “Não houve investigação
prévia, não houve campana, não houve foto. Não houve nada. Não houve troca de
bilhete, não houve recado.”, revelou.
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