O Ministério Público de São Paulo e a Polícia
Federal deflagraram, na manhã desta terça-feira (25), uma operação que mira as
empresas do ramo financeiro 2GO Bank e Invbank. Segundo as autoridades, as duas
fintechs serviam como instrumento para lavagem de dinheiro da facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da Capital).
A Operação Hydra cumpre um mandado de prisão
preventiva (sem prazo) e dez mandados de busca e apreensão em endereços nas
cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo. A Justiça também
autorizou o bloqueio de oito contas bancárias, no valor de R$ 27,9 milhões, e a
suspensão temporária das atividades econômicas das empresas.
A investigação teve início a partir do acordo de
delação premiada de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach —assassinado com tiros de
fuzil no Aeroporto Internacional de Guarulhos em novembro do ano passado— com o
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Essas empresas teriam recebido dinheiro de Anselmo
Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e Rafael Maeda, o Japa. Ambos são apontados
em investigações como associados ao PCC. Cara Preta já foi identificado como
liderança da facção em investigações da Polícia Civil e do Ministério Público,
e foi morto a tiros em dezembro de 2021. Gritzbach foi apontado como mandante
do assassinato e negava a acusação.
Japa tinha participação em empresas agenciadoras de
jogadores de futebol e foi achado morto com tiro na cabeça, dentro de um carro,
em agosto do ano passado. Ele era investigado por suspeitas de lavagem de
dinheiro do PCC no agenciamento de jogadores de futebol, esquema que tinha sido
delatado por Gritzbach.
O Gaeco constatou que as fintechs eram usadas por
membros da facção para ocultar a origem e o destino de dinheiro em várias
transações financeiras. Segundo a delação de Gritzbach, o 2GO Bank serviu como
meio de pagamento na compra de imóveis de luxo dos criminosos.
A 2GO Bank foi fundada pelo policial civil Cyllas
Salerno Elia Júnior. Ele foi preso em novembro do ano passado durante uma
operação da PF, sendo solto em dezembro. Elia Júnior já estava afastado de suas
funções na Polícia Civil no momento da prisão, e há um procedimento contra ele
aberto na Corregedoria da corporação.
Portal 96
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