Com as férias escolares em andamento, muitos pais e
responsáveis enfrentam o desafio de equilibrar o lazer das crianças online e
longe das telas. De acordo com pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil
apontou, em 2022, grande parte da população com idade entre 9 e 17 anos (92%)
já é usuária de Internet no país. Neste cenário, a coordenadora do curso de
Pedagogia da Estácio, Clésia Melo, destaca que o período fora do calendário
escolar também pode ser uma excelente oportunidade para ensinar aos pequenos
sobre o uso saudável da tecnologia.
A pedagoga ressalta a importância de aproveitar as
férias para começar a estabelecer limites saudáveis do tempo de tela para que
os jogos online, o uso do smartphone e dos serviços de streaming não atrapalhem
os estudos no retorno às aulas.
Além disso, Clesia sugere que os pais acompanhem os
interesses digitais das crianças e busquem trazer esses temas para a vida real.
“Se gostam de games, por exemplo, que tal reproduzir os comandos dos jogos em
uma brincadeira prática? Isso mostra que existem formas igualmente prazerosas
de se divertir fora das telas”, completa.
Para lidar com a resistência das crianças à redução
do tempo no celular, a professora aconselha paciência e diálogo. “Os pais devem
primeiro entender o que as crianças consomem na internet e conversar sobre
isso, mostrando interesse sem adotar uma postura autoritária. A partir desse
conhecimento, é possível introduzir atividades que estimulem reflexões sobre os
malefícios do uso exagerado da tecnologia, sempre de forma respeitosa e sem
julgamentos”, observa a pedagoga.
Outra estratégia é dedicar tempo a atividades
conjuntas, diz a docente. Buscar aplicativos e jogos educativos, que incentivam
o aprendizado e o movimento, também podem ser usados de forma construtiva.
Período offline oferece benefícios
Para aproveitar ao máximo esse tempo de descanso e
garantir uma volta às aulas mais saudável, a professora sugere priorizar
atividades ao ar livre, como passeios de bicicleta, patins ou mesmo caminhadas
em parques.
Esses momentos não apenas fortalecem a coordenação
motora, mas também criam um espaço para conversas importantes, como a
preservação do meio ambiente. Os pais podem adaptar essas discussões ao nível
escolar da criança, tornando-as educativas e coerentes com o que estão
aprendendo na escola”, explica.
Além disso, a prática da leitura pode ser adaptada
aos interesses dos pequenos, por exemplo, explorando livros inspirados em
séries ou filmes que elas gostem. “Uma ideia é fazer uma leitura compartilhada,
transformando a experiência em um jogo ou desafio sobre o conteúdo lido”,
sugere a professora. Ela também incentiva o envolvimento das crianças em
tarefas práticas, como preparar receitas na cozinha, seguido de uma colaboração
na limpeza, mostrando que as responsabilidades podem ser leves e agradáveis.
Na preparação para o retorno às aulas, Clesia
orienta que os pais comecem a regular a rotina aos poucos, ajustando horários e
inserindo momentos de lazer e aprendizado nos períodos que correspondem ao
tempo escolar. “Assim, o retorno à rotina se torna mais natural e menos abrupto
para as crianças”, conclui.
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