O xingamento proferido pela primeira-dama Rosângela
da Silva, a Janja, ao bilionário Elon Musk prejudica a tentativa do governo
Luiz Inácio Lula da Silva de estabelecer um elo com o futuro presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump. A declaração se choca com a tentativa do Palácio
do Planalto de minimizar divergências e abrir canais com o futuro ocupante da
Casa Branca, agindo de forma menos ideológica e mais “pragmática”.
Sem razão aparente, Janja ofendeu não apenas um
apoiador e financiador de Trump, empresário com negócios no Brasil, mas um
futuro integrante do governo norte-americano, indicado por Trump para liderar o
Departamento de Eficiência Governamental, órgão que o republicano pretende
criar.
O Estadão procurou a assessoria da primeira-dama
para ouvi-la sobre o caso. A resposta chegou na manhã deste domingo, dia 17.
Não haverá qualquer comentário.
Embaixadores brasileiros ficaram constrangidos ao
serem indagados sobre o episódio. Por receio de serem retaliados no governo,
eles jamais aceitam falar publicamente e mesmo assim são muito cautelosos. “É a
nova diplomacia”, ironizou um deles, que acompanha os preparativos do G-20 no
Rio. “Com essas palavras?”, reagiu outro espantado. A definição de um terceiro
diplomata foi: “Contraproducente”.
Um secretário do Itamaraty disse que a eleição de
Trump “mudou o mundo como a gente conhece”. “Será inacreditável”, afirmou ele,
chocado com as escolhas de Trump para a montagem de governo e com o impacto que
a eleição já tem nas discussões do G-20 e nos fóruns multilaterais. Para ele,
todas as reações são compreensíveis, embora não devessem ser verbalizadas.
Estadão
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