A secretária de Saúde do Rio Grande do Norte, Lyane
Ramalho, voltou a defender nesta segunda-feira 25 a criação de um consórcio
com municípios da Grande Natal para instituir um novo pronto-socorro na área de
ortopedia e, assim, desafogar o hospital Walfredo Gurgel. Há duas semanas o
governo negocia o modelo com prefeituras.
De acordo com a secretária, cerca de 70% dos pacientes de ortopedia que são
atendidos hoje no Walfredo Gurgel são casos de baixa e média complexidade, que
poderiam ser tratados em outro local. Como exemplo de casos de menor
complexidade, a secretária citou casos de politraumatismo que não envolvam
cabeça, bacia, fêmur e pescoço.
“70% da ortopedia que a gente atende no Walfredo Gurgel é da baixa e média
complexidade dos municípios, principalmente da Região Metropolitana. Parnamirim, São
Gonçalo do Amarante, Macaíba, Extremoz, São José de Mipibu e Ceará-Mirim são os
que mais pressionam o Walfredo Gurgel. A gente tem plena certeza que, se a
gente não atuar na rede, na organização da rede de baixa e média complexidade,
nós não conseguiremos resolver”, afirmou Lyane Ramalho, em entrevista a 98 FM.
Segundo o governo, o novo pronto-socorro teria custo médio estimado em R$ 900
mil por mês. A ideia da gestão estadual é que o governo arque com 40% do custo
e os outros 60% sejam divididos pelos seis municípios.
São avaliados três possíveis locais para esse pronto-socorro: o Hospital
Maternidade Belarmina Monte, em São Gonçalo do Amarante; o Hospital Maternidade
Café Filho, em Extremoz; e o Hospital Municipal Deputado Márcio Marinho, em
Parnamirim.
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) e o Conselho de
Secretários Municipais de Saúde (Cosems) já se posicionaram contra a proposta,
alegando que as prefeituras não têm condições financeiras para arcar com o
custo do novo serviço.
Sobre os casos de menor complexidade, a secretária enfatizou que os pacientes
podem ser tratados em outro serviço que não o Walfredo Gurgel. “Às vezes o
paciente só imobiliza, faz uma contenção e vai pra casa. Às vezes é uma pequena
cirurgia, que pode ser resolvida num centro cirúrgico que é exatamente o que
esse serviço deve ter”, destacou.
Ela encerrou dizendo que o Walfredo Gurgel precisa assumir seu perfil original,
que é ser um hospital de referência para casos graves de politraumatismo.
“O Walfredo precisa assumir de uma vez por todas o seu perfil. Aquele paciente
de baixa complexidade que adentra o Walfredo Gurgel está ocupando o leito de um
idoso, uma pessoa que sofre um politraumatismo e que está deixando de ser
atendido por causa daquela pessoa que está com apenas o braço quebrado e que
poderia ser atendida num serviço de baixa complexidade fora do Walfredo”,
encerrou.
Agora RN
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