Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo
Lewandowski cassou a aposentadoria do delegado da Polícia Federal (PF) Lorenzo
Martins Pompílio da Hora, preso por receber propina de empresários
investigados. O valor dos pagamentos variava entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão,
de acordo com as apurações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF).
Na denúncia contra o delegado, o MPF apontou que
Pompílio da Hora recebia “mesada” para interceder em favor dos acusados junto
aos delegados responsáveis pelos inquéritos. Ele foi preso em 2019, no âmbito
da Operação Tergiversação, que também atingiu o delegado Wallace Noble Santos
Soares e os empresários Marcelo Freitas Lopes, Durival de Farias, Dulcinara de
Farias e Victor Duque Estrada Zeitune.
O grupo atuava dentro da Superintendência da PF no
Rio de Janeiro. De acordo com o MPF, Pompílio da Hora trabalhava para evitar
que as investigações em curso chegassem aos empresários que pagavam a propina.
Na maioria das vezes, os pagamentos eram feitos em dinheiro. Outros valores
eram repassados por transferências a empresas ligadas aos envolvidos.
“Esses agentes ainda tinham a incumbência, em alguns
casos, de atuar em favor dos empresários, intercedendo junto a delegados que
presidissem outras investigações que pudessem alcançá-los, para novamente
evitar que fossem revelados os crimes praticados pelos empresários parceiros”,
apontou o Ministério Público Federal.
Wallace Noble foi demitido da PF pelo então ministro
da Justiça Flávio Dino, em 2023. No mesmo ano, o Tribunal Regional Federal da
2ª Região (TRF-2) decidiu trancar a ação penal contra o delegado Pompílio da
Hora, após a apresentação de um laudo de insanidade mental. No processo
administrativo disciplinar aberto pela PF, ele foi condenado por
“prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial, e praticar
atos de improbidade administrativa e de corrupção”.
Paulo Cappelli - Metrópoles
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