Problema recorrente no principal centro comercial de
Natal, o desordenamento e a desorganização nas calçadas e no Camelódromo do
Alecrim voltou a ser alvo de críticas e pedidos de providências por parte de
empresários e representantes do comércio do Alecrim. Com a chegada das festas
de fim de ano, intensifica-se a presença de ambulantes em calçadas e em locais
que deveriam ser de passagens de pedestres.
Nas imediações do camelódromo, próximo ao Relógio do
Alecrim, é possível observar ambulantes disputando espaço em calçadas e até na
rua com venda de diversos tipos de mercadoria, sejam alimentos, roupas, itens
eletrônicos e para celulares, entre outros. Alguns deles ocupam calçadas de
lojistas, que reclamam da desorganização.
Para o presidente da Associação dos Empresários do
Bairro do Alecrim (Aeba), Matheus Feitosa, a desorganização afeta a todos que
dependem economicamente do bairro do Alecrim e prejudica consumidores. Ele
cita, por exemplo, a falta de acessibilidade em calçadas, prejudicando pessoas
com deficiência (PCDs).
“Devido à falta de fiscalização e orientação por
parte da Prefeitura ou de qualquer órgão, as pessoas vão chegando e invadindo
os espaços públicos, seja na rua ou na calçada, colocando mesa, caixa de
isopor, vendendo tudo que se possa imaginar, sem ordenamento, sem informação,
sem pagar imposto. Tudo bem que as pessoas na informalidade buscam uma forma de
sair dela, buscando seu sustento, mas para isso ela precisa consultar órgão
municipal ou estadual e solicitar informações para saber se pode ou não exercer
uma atividade naquele local. Por falta dessa informação, muitas vezes esse
papel acaba sendo do empresário, a própria Aeba e alguns camelôs e ambulantes
tentando orientar algumas pessoas e na maioria das vezes a ação das pessoas é
muito brusca”, cita.
“O ideal seria que a prefeitura tivesse um trabalho
de acompanhamento para poder verificar e direcionar essas pessoas para locais
onde não se crie tumulto, pois o Alecrim tem essas ruas congestionadas devido
ao grande número de ambulantes e camelôs de rua, além dos camelôs fixos”,
acrescenta o empresário Derneval Junior, dono de uma loja de bolsas e
acessórios.
Em outros locais do bairro comercial, chega a ser
difícil andar nas calçadas em busca de um produto, aliado a falta de
estacionamento do próprio bairro, alvo de diversas cobranças de comerciantes.
No calçadão do camelódromo do Alecrim, alguns empresários até conseguem manter
os ambulantes longe de suas calçadas, mas outros evitam fazer cobranças por
medo de represálias.
Feitosa cita como exemplo a proposta de ordenamento
feita no calçadão de Ponta Negra, com utilização de coletes e crachás por parte
dos ambulantes e trabalhadores da praia. “Seria um modelo perfeito, porque a
prefeitura iria ver quem está lá, cadastrar e coordenar a situação, comunicando
as pessoas onde pode e onde não pode. E é interessante que após isso a
Prefeitura continue indo permanentemente, porque não adianta organizar sem ter
monitoramento, uma presença”, acrescenta.
Em nota, a Secretaria de Serviços Urbanos de Natal
(Semsur) disse que a pasta está fazendo vistorias nos camelódromos do Alecrim e
Cidade Alta para analisar a viabilidade de um projeto de reestruturação desses
equipamentos.
“Além disso, a Semsur tem equipes de fiscalização
trabalhando diariamente no ordenamento e que estudando um meio de otimizar mais
esse trabalho para que, desta maneira, o resultado do ordenamento seja benéfico
para ambulantes, consumidores e moradores do bairro do Alecrim”, apontou em
nota.
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