O aparecimento de várias
pedras em alguns trechos da Praia de Ponta Negra surpreendeu banhistas e
visitantes do ponto turístico nesta semana. Uma imagem publicada nas redes
sociais mostra um dos pontos repletos de sedimentos, os quais apresentam uma
cor mais escura que a areia. Apesar da surpresa entre a população, o fenômeno é
causado por fatores comuns. De acordo com geólogo e professor da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Ricardo Farias, o surgimento das pedras,
chamadas tecnicamente de rochas pelos especialistas, é causado pelo movimento
da maré e também pela intensidade do vento.
“A areia da praia, que
está misturada a essas rochas, é mais fina. Quando ocorre alguma maré mais alta
ou ventos mais fortes, essa camada mais fina é deslocada, saindo da frente da
praia e ficando mais próxima do mar. Os grãos mais grossos ficam, o que nos
passa a impressão de que a areia de matéria grosso aumentou, mas ele apenas
está em evidência, porque a camada fina saiu. Quando as marés baixarem e o
vento diminuir, a tendência é que a parte fina volte para o seu ponto original
e encubra as mais grossas. Essa é a dinâmica da praia”, explicou. Entre a
quinta-feira (17) e a segunda-feira (21), a região costeira de Natal registrou
altas marés, acima de 2 metros.
O professor enfatizou
ainda que as rochas encontradas são fazem parte da geologia local. Para ele, a
movimentação causada pela engorda trouxe maior atenção para o ponto turístico,
o que pode gerar atenção ao que, antes, passava despercebido. “Essas rochas,
chamadas de arenitos ferruginosos, fazem parte do ambiente da praia e sempre
aparecem. Se você olhar na direção do Morro do Careca, perceberá que essas
rochas já estão lá. Porém, alguns pontos apresentam as rochas inteiras,
enquanto outros possuem apenas os grãos, os seixos das rochas”, disse.
Ao pontuar a origem
natural da aparição das pedras, Ricardo Farias afirmou que o monitoramento
constante na praia de Ponta Negra e em outros trechos costeiros é necessário, a
fim de evitar qualquer tipo de desequilíbrio ambiental. “Precisamos aplicar um
monitoramento e estudos constantes, aliado a percepção de como a dinâmica da
praia ocorre. Quando ela não é observada no dia a dia, você pode acabar
constatando coisas que não são reais”, afirmou.
Tribuna do Norte
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