O governo federal criou um programa para difusão de
cultura nos Estados que beneficia ONGs (Organizações Não Governamentais)
ligadas a dois assessores do próprio Ministério
da Cultura e a militantes do PT. Em dois anos, os “comitês de
cultura”, instituídos pela ministra Margareth
Menezes, serão financiados com R$ 58,8 milhões, ao todo. As informações são
do Estadão.
Entre os contemplados também está um empresário do
Mato Grosso que responde por suposto envolvimento com uma quadrilha acusada de
crimes como peculato, desvio de recursos e lavagem de dinheiro. Ele foi alvo da
Operação Pão e Circo, do Ministério Público estadual, que investiga desvios
milionários na Cultura do Estado.
Em nota, o ministério afirmou que as seleções foram
feitas com base na capacidade técnica e na qualificação profissional dos
contemplados, ressaltou que os órgãos internos não apontaram conflitos de
interesses e que não cabe julgamento da pasta sobre a filiação partidária de
coordenadores (leia mais abaixo).
Os primeiros repasses do governo do
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) para as ONGs foram viabilizados entre
dezembro e julho, perto do início da campanha eleitoral. As próximas parcelas
estão previstas para novembro. Um dos principais contemplados concorreu a
vereador, recebeu a ministra para lançamento do comitê enquanto pré-candidato e
usou o mesmo espaço para atividades da própria campanha.
A seleção dessas Organizações da Sociedade Civil
(OSCs) para as coordenações se deu por meio de edital lançado em outubro
passado – segundo
a definição usada pelo Sebrae, OSC pode ser usado como sinônimo de ONG. Os
termos de colaboração das entidades com o ministério foram firmados em
dezembro. De lá para cá, o governo já pagou cerca de 26% dos R$ 58 milhões.
No Rio Grande do Norte, a ONG coordenadora do comitê
é a Associação Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias, de Rodrigo
Bico. A entidade vai receber, até o final do programa, R$ 1,7 milhão. Candidato
a vereador de Natal pelo PT em 2020, este ano ele entrou de cabeça na campanha
de Natália Bonavides (PT) à prefeitura da capital potiguar.
Uma postagem feita por ele nas redes sociais é uma
das marcas da disputa em segundo turno entre a petista e o candidato Paulinho
Freire (União). Na publicação, Bico se referiu ao candidato adversário como “um
homem, branco, velho e heterossexual”.
O perfil de Bonavides curtiu o post e o caso foi
judicializado. A Justiça Eleitoral mandou tirar o conteúdo do ar com base nos
dispositivos que proíbem publicações preconceituosas.
Rodrigo Bico disse que enviaria uma manifestação à
reportagem sobre as questões apontadas, mas não o fez até a publicação.
Portal 96
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