segunda-feira, 21 de outubro de 2024

"Clepto girls”: Adolescentes cometem furtos e celebram nas redes


 

As “clepto girls”, termo inspirado na cleptomania, vêm ganhando destaque por cometerem furtos em lojas, farmácias e shoppings e depois exibirem os itens roubados como “troféus” nas redes sociais. Nas publicações, elas chegam a agradecer “pelo pão de cada dia” ou alertar outras garotas sobre o aumento da exposição online e os riscos de serem pegas. A notícia é do SBT News, mas já havia sido destaque no Jornal das 6 - veja no link acima: 

Imagens de segurança mostram essas jovens agindo com naturalidade: pegam roupas e outros itens, guardam em mochilas e saem das lojas sem pagar. Segundo a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas, só este ano, o prejuízo causado por furtos no setor comercial aumentou quase 32%, atingindo R$ 11 bilhões, o maior valor dos últimos cinco anos.

Apesar da referência ao transtorno de cleptomania, psiquiatras alertam que essas jovens não se encaixam nesse diagnóstico. Guido Palomba, psiquiatra forense, explica que a cleptomania é uma ação solitária, doentia e incontrolável, mas que as “clepto girls” furtam para se sentirem parte de um grupo e ganharem aceitação.

As jovens maiores de idade que cometem furtos podem ser condenadas a até oito anos de prisão, enquanto as adolescentes respondem por ato infracional análogo ao furto. Além disso, o compartilhamento das ações nas redes sociais pode agravar suas penas. André Pereira, presidente da Associação dos Delegados de SP, destaca que as postagens configuram incitação ao crime, o que pode aumentar as consequências legais.

A tentativa de coibir esse tipo de crime levou lojistas a adotarem medidas extras de segurança, como a instalação de câmeras e a contratação de mais profissionais para monitorar os provadores e o fluxo de clientes. No entanto, esses custos adicionais acabam sendo repassados ao consumidor, conforme lamenta o lojista Lauro Pimenta: “Esse aumento na segurança acaba elevando o preço das mercadorias”.

Por fim, especialistas apontam para a necessidade de maior participação dos pais na educação das filhas. Segundo Guido Palomba, a presença dos pais é essencial para a saúde mental e para evitar comportamentos desviantes como os furtos.

 


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