quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

TANGARAENSES - Brasil cria 1,48 milhão de empregos em 2023, menor saldo desde 2020

 


O Brasil gerou 1.483.598 de empregos formais em 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira (30), pelo Ministério do Trabalho. Em comparação com as 2.013.261 vagas geradas em 2022, o número é 26,3% menor. O resultado do ano passado decorreu de 23.157.812 admissões e 21.774.214 demissões. O ano passado registrou o segundo pior resultado desde 2020 — início da série histórica. No Rio Grande do Norte, foram geradas 22.630 novas vagas no mercado formal ao longo de 2023, resultado de 212.567 contratações e 189.937 demissões. No comparativo com os 20.994 empregos gerados em 2022 houve crescimento de 7,79%.

No País, a abertura dessas vagas de trabalho com carteira assinada em 2023 foi puxada pelo desempenho do setor de serviços no ano, com a criação de 886.223 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 276.528 vagas. Já a indústria geral gerou 127.145 vagas, enquanto houve um saldo de 158.940 contratações na construção civil. A agropecuária registrou abertura de 34.762 vagas no ano.

No Rio Grande do Norte, a geração de novos empregos com carteira assinada foi puxada pela contratações no setor de Serviços, que registrou saldo de 11.434 vagas. Na sequência, o Comércio registrou saldo de 4.349; a construção, 3.824; a indústria, 1.812; e a agropecuária, 1.211.

Em 2023, 27 unidades da federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho entre os Estados foi registrado em São Paulo, com a abertura de 390.719 postos de trabalho. Já o pior desempenho foi do Acre, que registrou a abertura de 4.562 vagas no ano passado.

Dezembro
Em dezembro, o saldo de vagas no Brasil ficou negativo em 430.159 vagas. Após a criação de 125.027 vagas em novembro (dado revisado nesta terça), o mercado de trabalho formal registrou um saldo negativo de 430.159 carteiras assinadas em dezembro, de acordo com os dados do Caged. O resultado do mês passado decorreu de 1.502.563 admissões e 1.932.722 demissões. O dado é o pior resultado para dezembro desde 2022, na série histórica iniciada em 2020. Em dezembro de 2022, houve fechamento de 455.715 vagas com carteira assinada, na série ajustada.

No Rio Grande do Norte, o saldo de empregos foi negativo no mês de dezembro do ano passado em 2.567 vagas. O resultado decorre de 13.449 admissões e 16.016 desligamentos. Considerando o saldo por setores, o único com saldo positivo foi o comércio (241). Nos demais segmentos, o saldo foi negativo – Construção (-1.603); Serviços (-506); Agropecuária (-462) e Indústria (-237).

Desaceleração suave
Os resultados do Caged em dezembro corroboram a visão de desaceleração suave do mercado de trabalho, segundo o economista da XP Investimentos Rodolfo Margato, em nota.

“As contratações totais cresceram 1,2% em dezembro, para 1,935 milhão, nível historicamente alto. Em média, houve incremento mensal de 0,8% nas admissões ao longo de 2023”, escreve. “Por sua vez, os desligamentos totais subiram 1,8%, para 1,882 milhão, o patamar mais elevado do último ano. Este aumento veio acima do esperado, explicando a diferença entre a nossa projeção e o resultado observado no saldo total em dezembro.”

Os cálculos de Margato indicam que houve desaceleração da criação líquida de vagas formais de 65 mil em novembro para 55 mil em dezembro, em números com ajuste sazonal.

Para 2024, o economista prevê desaceleração para 1,1 milhão de vagas. “Conforme temos argumentado, o aumento do emprego formal continuará a apoiar o consumo das famílias em 2024”, afirma. A XP projeta crescimento de 3,0% para o PIB de 2023. A casa prevê arrefecimento para 1,5% em 2024, mas a projeção tem viés altista, atrelado à resiliência do mercado de trabalho e do consumo privado.

Considerando o nível de dezembro, o head de pesquisa macroeconômica da Knitro Capital, João Savignon aponta que a média móvel trimestral, também dessazonalizada, passou a rodar entre 70 mil e 80 mil novas vagas por mês, abaixo do nível observado até o meio do ano, quando o saldo positivo rodava próximo dos 100 mil, analisa.

O economista do Banco BV Christian Meduna destaca que o Caged permaneceu com criação líquida de postos formais em dezembro na série dessazonalizada, apesar do fechamento líquido de 430,159 mil vagas registrado pelos dados originais.

“O número do mês, com setor de serviços mais fraco, veio alinhado com as pesquisas recentes do IBGE que mostram fraqueza do setor, mas em nível ainda relativamente elevado.”

Para 2024, Meduna prevê um novo arrefecimento, desta vez para em torno de 800 mil postos formais. O movimento condiz, segundo ele, com a desaceleração esperada para o crescimento do PIB, previsto em 3% para 2023 e 1,5% para 2024.

Na série dessazonalizada, calcula, a expectativa é de um novo encerramento mensal positivo no fim deste 2024. “Deve sair de 85 mil vagas para um nível mais perto de 60 mil no fim do ano, é uma desaceleração gradual.”

 

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