O Brasil gerou 1.483.598 de empregos formais em
2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
divulgados nesta terça-feira (30), pelo Ministério do Trabalho. Em comparação
com as 2.013.261 vagas geradas em 2022, o número é 26,3% menor. O resultado do
ano passado decorreu de 23.157.812 admissões e 21.774.214 demissões. O ano
passado registrou o segundo pior resultado desde 2020 — início da série
histórica. No Rio Grande do Norte, foram geradas 22.630 novas vagas no mercado
formal ao longo de 2023, resultado de 212.567 contratações e 189.937 demissões.
No comparativo com os 20.994 empregos gerados em 2022 houve crescimento de
7,79%.
No País, a abertura dessas vagas de trabalho com
carteira assinada em 2023 foi puxada pelo desempenho do setor de serviços no
ano, com a criação de 886.223 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu
276.528 vagas. Já a indústria geral gerou 127.145 vagas, enquanto houve um
saldo de 158.940 contratações na construção civil. A agropecuária registrou
abertura de 34.762 vagas no ano.
No Rio Grande do Norte, a geração de novos empregos
com carteira assinada foi puxada pela contratações no setor de Serviços, que
registrou saldo de 11.434 vagas. Na sequência, o Comércio registrou saldo de
4.349; a construção, 3.824; a indústria, 1.812; e a agropecuária, 1.211.
Em 2023, 27 unidades da federação obtiveram
resultado positivo no Caged. O melhor desempenho entre os Estados foi
registrado em São Paulo, com a abertura de 390.719 postos de trabalho. Já o
pior desempenho foi do Acre, que registrou a abertura de 4.562 vagas no ano
passado.
Dezembro
Em
dezembro, o saldo de vagas no Brasil ficou negativo em 430.159 vagas. Após a
criação de 125.027 vagas em novembro (dado revisado nesta terça), o mercado de
trabalho formal registrou um saldo negativo de 430.159 carteiras assinadas em
dezembro, de acordo com os dados do Caged. O resultado do mês passado decorreu
de 1.502.563 admissões e 1.932.722 demissões. O dado é o pior resultado para
dezembro desde 2022, na série histórica iniciada em 2020. Em dezembro de 2022,
houve fechamento de 455.715 vagas com carteira assinada, na série ajustada.
No Rio Grande do Norte, o saldo de empregos foi
negativo no mês de dezembro do ano passado em 2.567 vagas. O resultado decorre
de 13.449 admissões e 16.016 desligamentos. Considerando o saldo por setores, o
único com saldo positivo foi o comércio (241). Nos demais segmentos, o saldo
foi negativo – Construção (-1.603); Serviços (-506); Agropecuária (-462) e
Indústria (-237).
Desaceleração suave
Os
resultados do Caged em dezembro corroboram a visão de desaceleração suave do
mercado de trabalho, segundo o economista da XP Investimentos Rodolfo Margato,
em nota.
“As contratações totais cresceram 1,2% em dezembro,
para 1,935 milhão, nível historicamente alto. Em média, houve incremento mensal
de 0,8% nas admissões ao longo de 2023”, escreve. “Por sua vez, os
desligamentos totais subiram 1,8%, para 1,882 milhão, o patamar mais elevado do
último ano. Este aumento veio acima do esperado, explicando a diferença entre a
nossa projeção e o resultado observado no saldo total em dezembro.”
Os cálculos de Margato indicam que houve
desaceleração da criação líquida de vagas formais de 65 mil em novembro para 55
mil em dezembro, em números com ajuste sazonal.
Para 2024, o economista prevê desaceleração para 1,1
milhão de vagas. “Conforme temos argumentado, o aumento do emprego formal
continuará a apoiar o consumo das famílias em 2024”, afirma. A XP projeta
crescimento de 3,0% para o PIB de 2023. A casa prevê arrefecimento para 1,5% em
2024, mas a projeção tem viés altista, atrelado à resiliência do mercado de
trabalho e do consumo privado.
Considerando o nível de dezembro, o head de pesquisa
macroeconômica da Knitro Capital, João Savignon aponta que a média móvel trimestral,
também dessazonalizada, passou a rodar entre 70 mil e 80 mil novas vagas por
mês, abaixo do nível observado até o meio do ano, quando o saldo positivo
rodava próximo dos 100 mil, analisa.
O economista do Banco BV Christian Meduna destaca
que o Caged permaneceu com criação líquida de postos formais em dezembro na
série dessazonalizada, apesar do fechamento líquido de 430,159 mil vagas
registrado pelos dados originais.
“O número do mês, com setor de serviços mais fraco,
veio alinhado com as pesquisas recentes do IBGE que mostram fraqueza do setor,
mas em nível ainda relativamente elevado.”
Para 2024, Meduna prevê um novo arrefecimento, desta
vez para em torno de 800 mil postos formais. O movimento condiz, segundo ele,
com a desaceleração esperada para o crescimento do PIB, previsto em 3% para
2023 e 1,5% para 2024.
Na série dessazonalizada, calcula, a expectativa é
de um novo encerramento mensal positivo no fim deste 2024. “Deve sair de 85 mil
vagas para um nível mais perto de 60 mil no fim do ano, é uma desaceleração
gradual.”
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