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Pelo menos 100 prefeituras do RN apresentaram
déficit primário ao considerar as receitas e despesas do Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS). Sem considerar o RPPS, esse número elevou-se para
102 (cento e dois) municípios. O levantamento foi apresentado hoje pela
Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn).
O Resultado Primário, segundo a Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º 101/2000), é a diferença entre as
receitas e despesas primárias, excluindo os gastos com juros e amortizações da
dívida, e deve ser confrontado com as Metas Fiscais estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias do exercício bimestralmente. Ou seja, as receitas são
inferiores às despesas.
O descumprimento do que está previsto pela LRF pode
acarretar implicações penais e sanções aos gestores municipais, conforme a Lei
Federal n.º 10.028/2000. Entre as possíveis consequências estão multas, perda
da função pública, inelegibilidade e até mesmo responsabilização criminal em
casos mais graves.
A tabela composta pela Femurn mostra a situação das
cidades com e sem o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). A cidade com
maior déficit sem o RPPS é Assu, R$ 14 milhões.
Veja abaixo a situação das 10 cidades
com maiores déficits (com RPPS):
1.
Prefeitura Municipal de Açu — R$
-14.012.496,71
2.
Prefeitura Municipal de Guamaré — RN
-8.216.827,67
3.
Prefeitura Municipal de Macau — RN
-8.095.904,36
4.
Prefeitura Municipal de Nova Cruz — RN
-7.986.978,97
5.
Prefeitura Municipal de Lajes — RN
-7.531.910,53
6.
Prefeitura Municipal de Alto do
Rodrigues — RN -5.842.820,96
7.
Prefeitura Municipal de Serra Negra do
Norte — RN -5.624.317,78
8.
Prefeitura Municipal de Santa Cruz — RN
-5.588.875,88
9.
Prefeitura Municipal de Boa Saúde — RN
-4.327.718,55
10.
Prefeitura Municipal de Pedro Velho — RN
-3.870.725,59
Agora veja abaixo as cidades com maiores
superávits (com RPPS):
Prefeitura Municipal de Natal — R$ 278.580.429,70
Prefeitura Municipal de Mossoró — R$ 25.736.762,86
Prefeitura Municipal de Parnamirim — R$ 21.560.904,67
Prefeitura Municipal de Acari — R$ 14.021.812,40
Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante — R$ 11.256.864,63
Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim — R$ 7.972.532,96
Prefeitura Municipal de São Miguel — R$ 7.302.098,42
Prefeitura Municipal de Canguaretama — R$ 5.616.037,29
Prefeitura Municipal de Parelhas — R$ 4.471.717,23
Prefeitura Municipal de Extremoz — R$ 3.887.060,20
Confira
o documento elaborado pela Femurn na íntegra.
Para o contador Felipe Medeiros, “Diante de um
cenário de queda de arrecadação e de crescimento de despesas é essencial que os
gestores acompanhem de perto o planejamento financeiro e orçamentário dos
Municípios e busquem adotar as medidas previstas na LRF, como a promoção de
atos para limitação de empenho e movimentação financeira, a fim de buscar o
equilíbrio nas finanças públicas.” Felipe Pereira de Medeiros é Contador e
especialista em Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal.
“Estamos diante de um cenário em que problemas
estruturais e conjunturais se aglutinaram e se retroalimentaram nos municípios
ao longo dos anos, principalmente, através de programas federais e
responsabilidades que não lhes são constitucionais. Agora, diante da situação
orçamentária, cabe aos gestores agirem com imperativo e máximo rigor cumprindo
rigorosamente a LRF, aperfeiçoando a sua arrecadação própria e sobretudo,
reduzindo despesas acessórias”, avaliou o presidente da Femurn, Luciano Santos,
que é prefeito de Lagoa Nova.
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