O Antagonista
André Janones pode mentir à vontade sem
ser punido. Talvez seja o único brasileiro a
desfrutar dessa prerrogativa, uma espécie de foro privilegiado na era da
desinformação. A licença pera mentir lhe é garantida em nome do combate
ao bolsonarismo… ou carluxismo, que nada mais é do que uma atualização da
máquina petista de assassinar reputações.
A mentira de Janones como método de
guerrilha virtual serviu à eleição de Lula e agora o credencia a ocupar lugar
de destaque no GT
de Comunicação do governo de transição. O deputado
federal pode até virar ministro no novo governo, com risco de reproduzir o
desastre causado por Carlos Bolsonaro ao debate público.
Sim, pois a instrumentalização da militância nas
redes sociais por meio de narrativas disruptivas serve, ao fim, para silenciar
a oposição democrática e retroalimentar a histeria raivosa da milícia digital
bolsonarista, sua equivalente na criação de inimigos imaginários
capazes de justificar a política como extensão da guerra.
Na campanha e depois dela, diversas publicações do
deputado já foram sinalizadas como falsas.
Por exemplo, quando publicou um vídeo editado
alegando que Jair
Bolsonaro havia dito que era preciso mentir para governar. Ou na gravação,
feita em frente ao Ministério da Economia, na qual dizia que Paulo Guedes
acabara de “anunciar
a redução no valor do salário mínimo, BPC, pensões, a partir de 2023”.
No dia do debate na Globo, Janones
fez uma série de publicações dando a entender que estava com o celular de
Gustavo Bebiano, ex-ministro que morreu de infarto. Hoje mesmo, ele
escreveu no Twitter que o GT da transição teria descoberto que o governo “enfiou
R$ 13 milhões no Instituto Paraná Pesquisas”, informação
desmentida com uma simples checagem.
Exceto pelo fato de não ser punido ou
repreendido, Janones é a prova da equivalência entre neopopulistas de esquerda
e populistas autoritários de direita. É a vertente digital do bolsopetismo. E
vai virar produto de exportação!
A Folha publicou dias atrás que Janones foi sondado
para palestrar em Lisboa, já participou de documentário nos EUA sobre “como
enfrentar a direita nas redes sociais” e até deu entrevista à revista
The New Yorker e à TV árabe Al Jazeera. Com sorte, será contratado por
outros políticos de esquerda mundo afora, refazendo o caminho trilhado por João
Santana, o Feira, das planilhas da Odebrecht.
A imprensa amiga já até cunhou a expressão “janonismo
cultural” para dar status à mentira.
Mas essa redução de salário é fato, basta ver a inflação do país e tentar comprar os mesmos produtos de 1 ano atrás, vê se pobre comprar uma moto ou um carro hoje, tem que se virar nos trinta.
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