Fonte: Portal Grande Ponto
O jornalista Edmo Sinedino, da rádio 96 FM, publicou
um relato sobre o momento em que esteve sob a mira de uma arma, durante um
"sequestro", na noite desta terça-feira (15), no bairro de Cidade Alta,
em Natal.
"Fui "sequestrado" (não sei se
foi bem isso, fui obrigado, na verdade, a dar fuga a um assaltante,
acho) na saída da casa de minha mãe, na Cidade Alta, na esquisita rua
Gonçaves Lêdo", afirma o jornalista.
"Um rapaz vinha decendo a rua, na calçada
oposta a minha, olhei para ele, apesar de sempre ter desconfiança pela rua
deserta não voltei, dei uma olhada e me dirigi mais rápido para o carro. Ele
deve ter dado uma acelerada grande que não vi, pois quando entrei e nomento que
ia ligar o carro para sair, me arrepio ao lembrar, ele bateu no vidro com força
com o cano de um revólver. Por instinto, e essa é a terceira vez que cometo
esse erro, travei o carro e arranquei, mas a porta trazeira não havia fechado,
ele entrou e colocou a arma na minha cabeça", continua.
Edmo afirma que o rapaz disse que não ia fazer mal e
o mandou dirigir até o bairro de Mãe Luiza. Enquanto isso o rapaz contava sobre
o motivo de ter entrado no carro do jornalista. "Coroa, não sou uma
cara ruim não, mas entrei nessa e não tem mais volta. Nem uso droga, só uma
maconhinha de leve (realmente ele não estava drogado, só apavorado)",
relatou.
"A todo momento pedia para apertar sua mão,
reafirmando que não queria me fazer nenhum mal, jurava que só queria que ele
levasse ele. Entramos na rua de acesso à Mãe Luiza, mas ele mandou que eu
pegasse a ruazinha estreita do Bom Dia Supermercado, em Petrópolis, foi o que
fiz.", continua.
"Por fim, ele me mandou parar o carro numa
ruazinha. Me pediu mil desculpas porque ia levar meu celular, pois eu podia
ligar para os "homi". Me agradeceu duzentas vezes, parece pieguice,
coisa difícil de acreditar, mas me pediu um abraço, beijou minha mão e desceu
do carro. Respirei fundo, aliviado, nem olhei a direção que ele foi. Minha
preocupação era voar de volta para a casa da minha mãe, pois sabia que minha
irmã estava agoniada. E estava.
Já havia ligado para a minha esposa, que acionou a
Polícia, mas eu não vi e nem faço questão, quero esquecer e desejar que aquele
menino possa, ainda ter a chance de mudar de vida, antes de ser preso ou
morrer.", finaliza o jornalista em seu relato.
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