O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de
Natal registrou, em fevereiro, o maior número de remoções - quando um paciente
precisa da ambulância para ser transferido de uma unidade de saúde para outra -
desde o início da pandemia: foram 1.243.
De acordo com o coordenador geral do Samu Natal,
Cláudio Macedo, as remoções em fevereiro superaram julho de 2020, que até então
havia sido o mês com maior registro, durante o pico da primeira onda de
Covid-19 no estado.
“Realmente, o mês de fevereiro foi bem difícil. A
nossa rede, principalmente no atendimento pré-hospitalar e remoções, teve
números altos mesmo. Foram 1.243 remoções. Em julho do ano passado, foram
1.100. Nós estamos tensionados", disse.
Além disso, o número de chamadas registradas pelo Samu
foi de 18.602 em fevereiro. Um número que representa aproximadamente 30% a mais
de atendimentos do que antes da pandemia.
O coordenador geral do Samu, Cláudio Macedo, explica
que há uma relação direta desses números com os casos de Covid-19. Mas que a
situação piorou neste momento em comparação com o início da pandemia, já que,
com mais gente nas ruas, também houve uma manutenção dos atendimentos de rotina.
"O número de casos de Covid-19 realmente aumentou
bastante. Porém, as pessoas, por estarem fora de casa neste momento, estão
adoecendo da mesma forma. Nós estamos tendo os mesmos atendimentos de trauma. E
além de remover os pacientes com Covid-19, estamos levando também pacientes
graves clínicos pras UTIs", disse.
"As pessoas estão saindo mais de
casa. Então os acidentes estão acontecendo mais e estão adoecendo mais
também".
Atualmente, o Samu Natal tem uma equipe de 336
profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, lavadores,
auxiliares de limpeza geral, farmacêuticos e outros trabalhadores. Segundo o
coordenador, a equipe está exausta.
“Eu acho que nós nunca estamos preparados para a
dificuldade da doença e essas pessoas que trabalham na urgência e emergência,
elas também tem emoção como todo mundo”, falou Cláudio.
O técnico de enfermagem Marcos Luduvico, que trabalha
no Samu há 13 anos, é um desses profissionais. Ele conta que teve mudar a vida
completamente por causa da pandemia.
“Nós tivemos que fazer escolhas difíceis. Primeiro
lugar, nós tivemos que abrir mão do ceio da família. No começo da pandemia, eu
morava com os meus pais. Pela minha mãe ter comodidades e ser idosa, eu tive
que sair da casa da minha família, abdicar da minha família, do meu lar, para
poder não trazer a doença para dentro da minha casa”, disse.
As remoções de pacientes tem sido feitos pelo Samu
Natal e pelo transporte sanitário da prefeitura de Natal. O Samu faz
transferências de pacientes intermunicipais e entre entes da federação, seja
federal, estadual e municipal, dentro de Natal.
A operação tem sido feito com nove unidades básicas
(para pacientes de enfermaria) e três avançadas do Samu Natal (para pacientes
de UTI), além de quatro unidades básicas do transporte sanitário de Natal e uma
avançada.
Todas as remoções solicitadas foram cumpridas.
"Se o paciente efetivamente não for transportado, foi baseado nas
condições clínicas deste paciente. Exemplo: paciente que tem uma pressão
arterial alterada, consciência alterada, não está respirando bem, não tem
condição de ser removido para unidade básica ou leito de enfermaria",
explicou o coordenador geral do Samu, Cláudio Macedo.
Com o crescimento nas operações no Samu, o coordenador
geral pede a colaboração da população. "Nós precisamos realmente colocar
em vista para a população que existem pessoas que estão trabalhando por eles
aqui. Que precisam realmente ter a consciência de ficar em casa, se cuidar, ter
a prevenção correta".

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