A Justiça Federal determinou a prisão preventiva de
quatro homens acusados de integrar a quadrilha responsável por tráfico de
drogas internacional a partir do Porto de Natal. Eles foram presos
em flagrante no último fim de semana com 238,9 kg de cocaína, no porto
de Natal. Um deles, que é ex-policial militar, deverá ser mantido na carceragem
da Polícia Federal.
A decisão foi do juiz federal Walter Nunes da Silva
Júnior, titular da 2ª Vara Federal. Na decisão, o magistrado considerou que a
decretação de medida cautelar é justificada para evitar a prática de novos
crimes.
“O que se adequa à situação dos autos, na medida em
que se trata de tráfico ilícito de entorpecentes de grande porte,
reiteradamente registrado em solo potiguar, havendo o registro, só este ano, da
apreensão no Porto de Natal de quase 6 toneladas de cocaína, o que denota ter a
cidade se transformado em rota marítima fundamental para esse tipo de atividade
criminosa”, afirmou o magistrado.
Ele observou que a imposição da prisão preventiva, no
caso dos autos, ainda se impõe por conveniência da instrução criminal e para
assegurar a aplicação da lei penal, já que nenhum dos quatro presos mora no Rio
Grande do Norte.
“Os autos evidenciam que residem em cidades no Brasil
que estão em posição geográfica nas vizinhanças de países da América do Sul
conhecidos por serem locais de onde oriundas as drogas apreendidas,
circunstância que há de ser sopesada com o fato de eles integrarem um grupo que
comanda considerável parcela do tráfico internacional no País, atividade
criminosa que facilita a fuga para o exterior”, completou.
Prisões
A Polícia Federal prendeu os quatro homens em
flagrante com 238,9 quilos de cocaína no sábado (3). De acordo com a PF, a
droga seria enxertada em um contêiner que seguiria para a Europa. A ação
aconteceu em conjunto com a Receita Federal. Em
agosto deste ano a PF também apreendeu 704 quilos de cocaína no Porto.
A apreensão deste sábado (3) aconteceu após uma
investigação que começou há cerca de um mês, sobre uma movimentação suspeita de
pessoas e vários veículos em um galpão localizado em Emaús, no município de
Parnamirim, região metropolitana de Natal. No último sábado (3) um caminhão
deixou o local e foi acompanhado por “batedores” e seguidos de perto pelos
policiais federais.
O caminhão entrou no Porto de Natal e foi
interceptado. Após minuciosa revista na estrutura da carroceria foram
encontrados diversos tabletes de cocaína que estavam escondidos em um
compartimento adaptado no reboque.
O motorista recebeu voz de prisão e, do lado externo,
próximo ao portão de entrada do Porto, os outros homens foram presos quando
davam cobertura e esperavam o desembaraço da 'mercadoria'. Além do caminhão,
com eles, foram apreendidos, também, lacres de contêineres não utilizados e
três carros.
Os presos foram conduzidos para a Superintendência da
PF, em Lagoa Nova, se recusaram a responder ao interrogatório e invocaram o
direito constitucional de só falar em juízo. Dois dos suspeitos possuem
antecedentes criminais e um é ex-policial militar do Paraná, expulso por crime
de roubo.
De 2019 até hoje, a Polícia Federal e a Receita já
realizaram sete apreensões de cocaína no Porto de Natal. O total apreendido é
de aproximadamente 5,5 toneladas.
Em 2019 a Polícia
Federal já apontava a capital potiguar como ponto de partida para o tráfico
internacional de drogas, com envio de cocaína principalmente para
Holanda e Bélgica. Desde outubro de 2018, mais de 10 toneladas de drogas que
partiram de Natal também foram apreendidas no porto de Roterdã, na Holanda.
Operação na terça (6)
Duas pessoas morreram em confronto com a Polícia
Federal na manhã desta terça-feira (6) durante uma operação
também contra uma organização de tráfico internacional de drogas que tinha como
base o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). O
terminal é o maior do país no volume de entrada e saída de cargas por via
aérea.
Foram cumpridos, até por volta de 10h, todos os 44
mandados de busca e apreensão e 35 de prisão temporária nos estados de São
Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Rio Grande do Norte. Entre as pessoas presas,
estão um policial militar e um policial civil.
Segundo a investigação, um dos homens que morreram no
confronto era indiciado por roubo e homicídio, enquanto que o outro não tinha
nenhuma passagem.
A operação batizada de Overload contou com o apoio das
polícias Civil, Militar, Rodoviária, Receita Federal, além da corregedoria da
PM. Entre os presos, há 33 homens e duas são mulheres.

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