Três policiais militares foram presos nesta
quinta-feira (17) suspeitos de envolvimento na
morte do jovem Gabriel de Souza, de 18 anos. Gabriel foi visto pela
última vez no dia 5 de junho quando saiu para visitar a namorada. O corpo dele
foi encontrado 9 dias depois, em avançado estado de decomposição, em São José
de Mipibu.
Dois dos policiais estavam de serviço e foram presos
após se apresentarem ao Comando Geral e o terceiro suspeito foi preso em sua
residência.
Um outro policial militar já havia sido preso no dia
19 de agosto também por suspeita de envolvimento no crime. De acordo com a
Polícia Civil, os quatro PMs suspeitos são lotados no município de Goianinha.
Investigações
De acordo com a Polícia Civil, após o roubo de um
carro em Parnamirim, a PM foi acionada para tentar recuperar o veículo. O dono
do carro é irmão de um dos policiais militares suspeitos. Esse PM acionou os
colegas para darem apoio ao seu irmão na recuperação do veículo, que possuía
rastreador. Diversos policiais foram contatados para atender a ocorrência e se
deslocaram até a região onde apontava o GPS. Ao longo das buscas, uma guarnição
da Polícia Militar chegou ao local onde o veículo estava, presenciando o
momento no qual os criminosos estavam retirando os pertences do veículo.
Os suspeitos do roubo, ao visualizarem a viatura,
fugiram pela região de mata. Os policiais deram continuidade às buscas,
ingressando na mata. No local, alguns policiais militares abordaram o jovem
Gabriel e se certificaram de sua história. Após alguns momentos de detenção,
eles liberaram o jovem. Ao sair da região de mata, Gabriel foi visto por
populares que avisaram a uma outra viatura que também realizava as buscas no
local.
Nessa viatura, estavam os três cabos presos nesta
quinta-feira (17), que haviam sido acionados pelo sargento. De acordo com a
Polícia Civil, os militares então abordaram o jovem Gabriel, que chegou a
informar aos policiais que já havia sido liberado pela outra viatura; mas,
mesmo assim, o jovem foi colocado na mala do veículo, sendo este o último
momento em que foi visto com vida.
As investigações apontam que os três policiais
executaram a vítima e se deslocaram até o município de São José do Mipibu, onde
deixaram o corpo, que foi encontrado no dia 14 de junho, em uma região de mata
na comunidade Pau Brasil, a 30 km de Natal e a 20 km de Parnamirim.
De acordo com as investigações, os três cabos que
estavam na viatura, desde o momento que abordaram o jovem Gabriel, mantiveram
um estreito processo de comunicação com o sargento, irmão da vítima do crime de
roubo em Parnamirim. Tal comunicação indica o conhecimento dos fatos e
participação ativa na prática do crime de homicídio, pois, ainda de acordo com
as investigações, o sargento chegou a agradecer aos três cabos presos, em grupo
de WhatsApp, todo o apoio prestado.
Sobre o caso
Gabriel deixou a casa onde vivia com a mãe, a irmã e o
padrasto, no bairro Guarapes, na manhã do dia 5 de junho para ir de bicicleta à
casa da namorada em Parnamirim, na Grande Natal. Ele fazia o trajeto em cerca
de uma hora, mas sumiu antes de chegar ao destino. A namorada de Gabriel ligou
preocupada para a mãe dele. Desde então o jovem não foi mais visto.
Familiares e amigos iniciaram a busca por Gabriel e
chegaram a encontrar suas sandálias e a bicicleta em uma área de vegetação em
Parnamirim. O corpo foi encontrado no dia 14 de junho com perfurações no
crânio, provavelmente provocadas por arma de fogo, e com braceletes de plástico
presos nos pulsos, de acordo com a perícia inicial do Instituto
Técnico-Científico de Perícia (Itep).
Um dia depois, amigos
e familiares saíram em caminhada segurando cartazes e faixas com
as mensagens "Quem matou Gabriel?", "Queremos justiça",
"Vidas negras importam" e "Todos por Gabriel".
Gabriel era estudante e sonhava em ser militar. Ele
também fazia um curso de informática na Cidade Alta em Natal e trabalhava
fazendo bicos de manutenção, pintura, limpeza e encanação com o padrasto em
Parnamirim, na Grande Natal.

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