O ANTAGONISTA
Reportagem do Jornal Nacional deste sábado traz mais
detalhes da investigação sobre o prefeito Marcelo Crivella. O Ministério
Público do Rio teria encontrado indícios de que a Igreja Universal do Reino de
Deus integrou o esquema de corrupção montado na Prefeitura do Rio. Crivella é
bispo licenciado da Universal.
Um relatório de inteligência financeira do Coaf, que
analisou informações de CNPJs da Igreja Universal do Reino de Deus, teria
identificado movimentações financeiras da igreja de mais de R$ 5,9 bilhões, de
5 de maio de 2018 a 30 de abril de 2019. O documento reúne movimentações de
entrada e saída de dinheiro vivo e transferências bancárias.
Para o MP, “é verossímil concluir que a entidade
religiosa está sendo usada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da
endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal”.
A reportagem não informa qual seria o vínculo entre as
movimentações e o esquema.
Mas o Ministério Público cita o envolvimento de Mauro
Macedo, primo de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal. Ele foi tesoureiro
das campanhas de Crivella e, dizem os promotores, aliciava empresários para
participar dos mais variados esquemas de corrupção.
Macedo estaria ligado a Rafael Alves, homem de
confiança do prefeito e irmão do ex-diretor da Riotur Marcelo Alves. Em
mensagens obtidas pelo MP, Rafael sugere ascendência sobre Crivella e
insinua conhecer detalhes do esquema, ameaçando contar tudo, caso viesse a ter
seus interesses contrariados – o que acabou ocorrendo com a demissão do irmão.
“Nego destrói um político. Eu mexo com uma igreja. Só
não quero que mexa com meu irmão ou seja meu espaço. Fazendo isso. Destruo ele.
Igreja, etc. Se ele mexer na Riotur, eu destruo ele. Igreja. Família.”
Crivella nega qualquer esquema de corrupção em sua
gestão.
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