O furacão Melissa, que avança sobre o Mar do Caribe, tem provocado ameaças de danos
"catastróficos" à região. Nesta segunda-feira (27), o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) classificou o fenômeno como uma tempestade de
categoria 5, a máxima na escala de Saffir-Simpson. Especialistas apontam que esse
pode ser o "pior" furacão do século.
"Danos catastróficos ocorrerão: uma alta
porcentagem das casas com estrutura de madeira será destruída, com falha total
dos telhados e colapso das paredes. Árvores e postes de energia caídos isolarão
áreas residenciais. Os cortes de energia poderão durar semanas, possivelmente
meses. A maior parte da região ficará inabitável por semanas ou meses", segundo
a descrição de danos de um furacão de categoria 5 da NHC.
Depois de passar pelo Haiti, onde três pessoas morreram e uma ficou ferida, o
furacão Melissa tocou o solo da Jamaica. O governo do país ordenou evacuação imediata das
regiões costeiras mais vulneráveis.
"Não há infraestrutura na região que resista a
uma tempestade de categoria 5", afirmou o primeiro-ministro Andrew Holness.
Pior furacão do século
Nesta terça-feira (28), segundo a NHC, o furacão
Melissa já registrou ventos sustentados de 298 km/h, velocidade acima de outros
fenômenos recentes em seu ponto mais destrutivo, como Milton (285 km/h, em 2024), Helene (225 km/h, em 2024), Ian (260 km/h, em 2022) e Katrina (280 km/h, em 2005).
De acordo com o meteorologista Guilherme Almeida, além da velocidade máxima de ventos do
Melissa ser uma das maiores registradas no século, o fenômeno já quebrou outros
recordes que aumentam o nível de alerta. Ele cita o "olho do furacão" mais seco da história — indicando uma
maior intensidade e estabilidade do fenômeno — e uma pressão de 892 mb
(milibar), a terceira menor da história do Atlântico, atrás apenas dos
furacões Wilma (882 mb, em 2005) e Gilbert (888 mb, em 1988).
Guilherme Almeida ainda relata que o furacão Melissa
se desloca a uma velocidade "extremamente lenta", aproximadamente 5
km/h (menor que a de uma pessoa caminhando) e em condições propícias para
aumentar sua intensidade, aumentando também a exposição aos efeitos destrutivos
do furacão.
Junto da destruição causada pelo próprio fenômeno, a
passagem do Melissa também pode trazer outros fenômenos associados, como chuvas
fortes, raios, inundações e tornados.
"Se esses valores forem confirmados, o furacão
Melissa é realmente o mais intenso a atingir um continente na história do
Atlântico Norte", afirma Guilherme.
Mais destrutivo que o Katrina
O meteorologista explica que o furacão Katrina, que
deixou 1.392 pessoas mortas nos Estados Unidos, em 2005, chegou a ser
classificado como de categoria 5 em seu ápice, mas ao tocar o continente foi
rebaixado para categoria 3, com cerca de 205 km/h. Por sua vez, o furacão
Melissa chega ao território jamaicano com categoria 5, com ventos sustentados
de quase 300 km/h, a máxima na escala Saffir-Simpson.
Como furacões são classificados?
A escala Saffir-Simpson, principal para categorizar
furacões, foi criada em 1969 pelo engenheiro civil Herbert Saffir e pelo metereologista Robert Simpson, ranqueando cada fenômeno baseado em sua
velocidade, sendo a categoria 1 a mais leve e a categoria 5 a mais intensa.
"A escala de Saffir-Simpson estima os
potenciais danos materiais. Embora todos os furacões produzem ventos que
ameaçam a vida, os furacões classificados como categoria 3 ou acima são
conhecidos como grandes furacões", explica o NHC.
Confira as classificações:

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