terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Marcos Valério, operador do 'Mensalão', é alvo de operação contra sonegação

 


Uma operação conjunta do Ministério Público, Receita e polícias de MG apura um esquema estruturado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo atacadistas, redes de supermercados e empresas do setor varejista no estado.

A noticia é de FERNANDO ZUBA. Entre os alvos está o publicitário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal como operador do Mensalão, apontado nas investigações como um dos articuladores do grupo.

A Operação Ambiente 186 foi deflagrada na manhã desta terça-feira (2) na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no Centro-Oeste de Minas.

Segundo o Ministério Público, as empresas investigadas deixaram de recolher mais de R$ 215 milhões em ICMS ao longo dos últimos anos.

Ao todo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sedes de companhias e residências de empresários e funcionários, além da apreensão de celulares, documentos, equipamentos eletrônicos e veículos de luxo usados na lavagem de dinheiro. Também houve a decretação de indisponibilidade de bens no valor de R$ 476 mil.

Segundo o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (Cira-MG), que reúne os diferentes órgãos e instituições envolvidos na operação, o esquema funcionava por meio da criação de “empresas de fachada”.

Conhecidas no jargão fiscal como “barrigas de aluguel”, essas empresas eram abertas exclusivamente para emitir notas fiscais falsas e simular operações interestaduais.

A prática permitia ocultar a circulação real das mercadorias e evitar o pagamento de impostos estaduais, incluindo o ICMS devido por substituição tributária.

Na prática, as notas simulavam vendas para fora de Minas para reduzir a tributação, mas os produtos eram encaminhados a redes como o Coelho Diniz e outros estabelecimentos no estado.

As investigações, conduzidas há mais de 18 meses, apontam que mais de 100 empresas são suspeitas de integrar o esquema, sendo cerca de 30 delas alvo das buscas desta terça-feira.

De acordo com o Ministério Público, o grupo reduzia artificialmente os preços das mercadorias, ampliava os lucros ilícitos e prejudicava a concorrência, apropriando-se indevidamente do imposto que deveria ser recolhido ao Estado.

As autoridades também analisam movimentações financeiras e irregularidades contábeis para comprovar lavagem de dinheiro e ampliar a responsabilização dos envolvidos.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Relator de processo contra Zambelli vota para manter mandato da deputada

  O deputado  Diego Garcia  (Republicanos-PR), relator da ação sobre a perda de mandato da deputada  Carla Zambelli  (PL-SP), anunciou nesta...