O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, nesta
sexta-feira (6/12), uma denúncia explosiva envolvendo nove investigados
por organização criminosa e lavagem de dinheiro em um esquema de
corrupção ligado a verbas da Educação em municípios do interior paulista. A
ofensiva integra a Operação Coffee Break, que expôs um suposto
circuito de superfaturamento, tráfico de influência e pagamento de propina.
A denúncia, que agora seguirá para análise do
Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), também solicita a abertura de
um novo inquérito para investigar a participação de Carla
Ariane Trindade, ex-nora do presidente Lula, e de Kalil Bittar,
ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
Nomes próximos ao presidente entram na
mira
Segundo o MPF, Carla Ariane — que foi casada com
Marcos Cláudio, outro filho do presidente Lula — teria realizado seis
viagens a Brasília, financiadas por André Mariano, apontado
como líder do esquema. O objetivo: articular apoio e financiamentos para
prefeituras envolvidas no suposto esquema criminoso.
Já Kalil Bittar teria
recebido R$ 210 mil em pagamentos mensais de Mariano, segundo
a procuradoria. A ex-esposa dele, Erika Lemos, teria atuado como intermediária
e recebido depósitos de R$ 15 mil cada ao longo de 2023. A defesa de Kalil nega
irregularidades e afirma que os valores seriam referentes a serviços prestados.
Quem são os denunciados
O MPF pede que se tornem réus:
- André
Mariano – empresário e dono da Life,
acusado de liderar a organização criminosa;
- Abdalla
Ahmad Fares, Eduardo Maculan e Claudia Terumi Okumura Rodrigues –
apontados como doleiros responsáveis por fragmentar e distribuir recursos
ilícitos;
- Gilberto
Barreiro – suposto operador financeiro
do esquema;
- Paulo
Rogério da Silva – outro doleiro, responsável
por fornecer dinheiro vivo para Mariano;
- João
Raphael de Oliveira Kinack – acusado de
conectar Mariano aos doleiros;
- Marcilio
dos Santos Yamasita – operador que usaria
uma loja de vinhos para lavar recursos;
- Paulo
de Matos Júnior – responsável por converter
valores da Life em criptomoedas.
Rede paralela de investigações
Além dos nomes ligados ao presidente, o MPF ainda
pede a abertura de 24 novos inquéritos para aprofundar a
participação de outros envolvidos, incluindo o lobista Magno Romero e
o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu Cesar (PSB), já afastado pela
Câmara Municipal.
Defesas reagem
A defesa de André Mariano afirma que ele não
cometeu os crimes e promete apresentar esclarecimentos apenas nos
autos. O advogado de Kalil, por sua vez, rebate a versão do MPF e diz que não
houve “mesada”.
A denúncia reacende um escândalo que pode respingar
no entorno político do presidente Lula, abrindo um novo flanco de desgaste no
coração do governo.

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