As armas do Comando Vermelho recolhidas pela polícia
evidenciam a expansão da facção para outras regiões do país.
Nunca a polícia do Rio apreendeu tantos fuzis de uma
vez só em uma única operação em favelas: foram 91; 88 estão em uma sala da
Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio; três ainda serão remetidos para lá.
O que a gente vê no detalhe dessas armas são
desenhos, letras, símbolos, que ilustram uma dinâmica preocupante: a expansão
de quadrilhas como o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, por outros estados
brasileiros, principalmente se aliando a facções das regiões Norte e do
Nordeste.
Nas armas, há referências de grupos que buscam
esconderijos no estado do Rio. Um pertenceria a bandidos vindos da Bahia.
"Tropa do Lampião faz referência a criminosos
do Nordeste que se encontram nos morros cariocas", diz o delegado Vinícius
Domingos.
São fuzis com calibres capazes de perfurar coletes à
prova de bala ou até mesmo uma parede, fabricados na Europa e que chegam no
Brasil via fronteira com a Amazônia ou pelo Paraguai
De janeiro a setembro de 2025, as polícias
apreenderam 1.471 fuzis em todo o Brasil; 593 - ou seja, 40% - estavam no Rio
de Janeiro. Uma média de dois fuzis apreendidos por dia no estado.
Nesta quinta-feira (30), a polícia divulgou novas
fotos que mostram que os suspeitos mortos na operação de terça-feira (28)
usavam roupas camufladas, semelhantes às de forças militares. Segundo a
polícia, muitos fuzis em poder do Comando Vermelho são montados com peças
contrabandeadas, o que dificulta apreensões - os fuzis fantasmas.
"Trazem somente as peças essenciais ou até do
Paraguai ou dentro do país, e aqui eles finalizam com peças que são legalmente
adquiridas no mercado de internet, porque não são proibidas, já que são feitas
para brinquedos e não para uma arma de fogo. Somente com a presença do fuzil é
que esses criminosos conseguem impedir que a polícia chegue rapidamente para
pode cumprir ordens judiciais. Isso é algo muito danoso para a sociedade, que
traz prejuízos não só de vidas como um prejuízo patrimonial imenso para as
empresas, para as indústrias, para as pessoas que circulam no dia a dia. O
prejuízo é incalculável”, afirma delegado Vinícius Domingos.
O arsenal apreendido também contava com armas
desviadas das Forças Armadas do Brasil, Venezuela, Argentina e Peru. Os
investigadores vão compartilhar informações com o Exército para descobrir como
armamento militar brasileiro foi desviado.
Os fuzis apreendidos na operação que estiverem em
boas condições agora vão trocar de lado: serão usados pela polícia para combater
o crime.
Fonte: Portal Grande Ponto

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