Uma gravação divulgada nas redes sociais nesta
sexta-feira (18) causou grande repercussão em Natal ao mostrar um jovem
identificado como Adson sendo supostamente executado por um policial da Força
Tática no bairro de Mãe Luíza, zona Leste da capital potiguar. A ação ocorreu
durante uma operação policial, e o caso está sendo denunciado por testemunhas
como abuso de autoridade e execução extrajudicial.
De acordo com a versão inicial divulgada pelas
autoridades, a ação teria sido resultado de uma troca de tiros entre policiais
militares e suspeitos armados. No entanto, o vídeo que circula mostra Adson
aparentemente rendido, deitado no chão, quando é alvejado por um dos agentes. A
gravação contradiz a alegação de confronto e tem sido usada por familiares e
moradores como prova de que houve uso excessivo da força.
Adson tinha 19 anos, era morador da comunidade e,
segundo familiares, não reagiu à abordagem policial. “Adson é só mais um pro
Estado, mas ele tem família. Ele é um filho, um irmão, um primo, um amigo”,
desabafou um parente próximo nas redes sociais. A hashtag #JustiçaPorAdson
rapidamente ganhou força e tem sido usada em manifestações online pedindo
apuração rigorosa do caso.
O clima na comunidade é de revolta. Moradores
relatam constantes abordagens violentas da polícia e dizem se sentir inseguros,
mesmo sem envolvimento em atividades criminosas. “A gente não pode se calar. O
que aconteceu com Adson não pode virar estatística. Queremos justiça”, afirmou
uma moradora, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte ainda não
se pronunciou oficialmente sobre o conteúdo do vídeo, mas o caso já está sendo
encaminhado ao Ministério Público e à Corregedoria da PM para investigação.
Entidades de direitos humanos também acompanham o caso.
A Ouvidoria de Polícia e o Conselho Estadual de
Direitos Humanos informaram que vão solicitar perícia independente do vídeo e o
afastamento imediato dos envolvidos até a apuração completa dos fatos.
Este é mais um episódio que reacende o debate sobre
o uso da força policial em comunidades periféricas e a urgência por mais
transparência e responsabilização em ações policiais. A população de Mãe Luíza
promete continuar mobilizada até que o caso seja esclarecido e, se comprovado o
abuso, que os responsáveis sejam punidos conforme a lei.
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