Os primeiros dados de junho de 2025 revelam um
contexto promissor para a produção de algodão no Rio Grande do Norte. A recente
portaria do Ministério da Agricultura (Portaria SPA/MAPA nº 300, de 4 de
junho), que aprova o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a
cultura no estado na safra 2025/2026, oferece um ambiente mais seguro para o
plantio, delineando períodos e áreas com menor vulnerabilidade a variações
climáticas.
A “Operação Rally da Safra” para o algodão também
entrou em campo no mês de julho em todo o Brasil, com diagnósticos sobre
condições de lavouras e desafios no desenvolvimento da fibra, ainda que foquem
mais na região Centro-Oeste, que produz 90% da safra nacional. Em paralelo, o
panorama nacional mostra que, até meados de junho, a Conab registrou 2,8% da
área plantada nesse ciclo colhida, com ritmo um pouco abaixo do ano anterior.
Embora os principais produtores sejam Mato Grosso,
Goiás e Piauí, o Nordeste, e em especial o Rio Grande do Norte, já apresenta
sinais de fortalecimento, especialmente na agricultura familiar e
agroecológica. No Seridó potiguar, por exemplo, produtores já começam a colher
algodão 100% agroecológico, fomentado por projetos como o Agro Sertão apoiado
por Sebrae-RN e Embrapa que resultou em produtos têxteis feitos com essa fibra.
Dados mais amplos destacam que o Brasil caminha para
uma safra recorde de algodão em caroço, estimada em 9,3 milhões de toneladas
após avanço de 5,3% na produção até junho, de acordo com o IBGE
No Nordeste, a expectativa é ainda maior: salto de
16,2% no volume, com a região produzindo cerca de 942,7 mil toneladas também
marca histórica.
No Rio Grande do Norte, com a participação de mais
de 150 agricultores no Agro Sertão e reforço de políticas climáticas e
técnicas, a tendência é de crescimento continuado. O preço mínimo do algodão
para a safra 2025/26 foi mantido em R$ 114,58 por arroba, proporcionando uma
base de remuneração estável para os produtores.
Com isso, a produção de junho reflete um cenário que
alia tecnologia, organização e políticas públicas, colocando o RN em posição de
destaque no fortalecimento da cultura do algodão — especialmente nos segmentos
sustentável e agroecológico. A colheita segue ao longo dos próximos meses, com
observação atenta às chuvas e condições climáticas em áreas aptas definidas
pelo ZARC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário