sábado, 19 de julho de 2025

PT: Figueiredo criou um monstro

 


Durante os anos finais do regime militar, o general João Baptista Figueiredo, então presidente da República, promoveu a abertura política que culminaria na legalização de partidos de esquerda, entre eles o recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT). Anos mais tarde, diante da ascensão do partido que ajudou a fundar, Figueiredo teria desabafado a pessoas próximas: “Criei esse monstro.” A frase, embora não registrada oficialmente, circula amplamente entre militares e analistas políticos como expressão do arrependimento do general por ter permitido o surgimento de uma legenda que, para ele, representava uma ameaça à ordem institucional.

O incômodo de Figueiredo não era gratuito. O PT, desde sua origem, adotou uma postura combativa contra os militares e o regime de 1964, atacando abertamente a política econômica liberalizante, a aliança com os Estados Unidos e as bases conservadoras do governo. Para o general, a esquerda sindicalista representava o oposto dos valores que sustentaram o Estado por mais de duas décadas. A crítica à política de segurança nacional e a defesa de pautas estatizantes acirravam o temor de que a legalização do partido abrisse caminho para a corrosão da autoridade e da disciplina que sustentavam o regime.

Quatro décadas depois, o “monstro” citado por Figueiredo não apenas sobreviveu, como chegou ao poder e moldou o Brasil por anos. Escândalos como o mensalão e o petrolão, somados à radicalização ideológica e ao aparelhamento da máquina pública, reforçaram entre os conservadores a leitura de que o ex-presidente militar tinha razão. Para esses setores, o PT se aproveitou das liberdades conquistadas na abertura democrática para minar as próprias instituições que o permitiram nascer. O diagnóstico de Figueiredo, ainda que informal, tornou-se símbolo de uma advertência histórica que muitos hoje revisitam.

Blog do Gustavo Negreiros

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