União, Estados e municípios podem ter que indenizar
em R$ 100 mil as famílias de seus agentes de segurança mortos em decorrência do
serviço e em R$ 50.000 os que ficarem permanentemente incapacitados. É o que
sugere projeto de lei aprovado na terça-feira (15) pela Comissão de Segurança
Pública do Senado. O texto agora será analisado na CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos).
Os senadores acataram a versão alternativa que o
relator, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apresentou ao projeto de lei 2.834
de 2022, do senador Fabiano Contarato (PT-ES).
Além das categorias estabelecidas na versão de
Contarato (policiais federais, civis e militares, policiais rodoviários
federais, policiais penais e bombeiros militares), o relator incluiu entre os
beneficiários:
- policiais
legislativos;
- guardas
municipais;
- agentes
socioeducativos;
- agentes
de trânsito;
- guardas
portuários.
Flávio Bolsonaro citou o Rio de Janeiro como um dos
Estados mais afetados pelos combates de criminosos com policiais.
“Infelizmente, frequento muitos enterros de
policiais lá no nosso Estado. Talvez seja onde o crime organizado esteja mais
altamente armado e acabe fazendo também mais policiais vítimas. Ainda existe
aquela mentalidade de que o problema é do policial, quando, na verdade, nós
temos que dar graças a Deus por existirem pessoas dispostas a vestir uma
farda”, declarou o senador.
Regras
Quando o agente de segurança morrer em decorrência
do serviço, os R$ 100 mil serão igualmente divididos entre seus dependentes, como
cônjuge e filhos. Se o policial não tiver dependentes, o valor será dividido
entre os herdeiros.
Se a vítima se tornar incapacitada permanentemente
para exercer a atividade própria da carreira, receberá R$ 50.000, ainda que
possa desempenhar outro trabalho.
O pagamento será feito apenas uma vez, em até 6
meses a partir do requerimento ao órgão de segurança de atuação da vítima. Para
isso, será necessário atestado de morte ou perícia médica oficial. O direito
aos benefícios previdenciários não será afetado pela indenização.
Orçamento
Os governos federais, estaduais e municipais arcarão
com as indenizações, segundo o relatório de Flávio Bolsonaro. Na versão de
Contarato, a responsabilidade era apenas da União.
Em 2022 foram assassinados 161 policiais. Em 2023,
foram 127. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Adiamento
O senador e líder do Governo no Senado, Jaques
Wagner (PT-BA), pediu mais tempo para análise do PL 82 de 2023, que estabelece recompensa em dinheiro
para policiais que apreendem armas de fogo ilegais. Além disso, foram retirados
da pauta:
- PL 1.103 de 2023 – cria o Conselho Nacional
de Proteção do Profissional de Segurança Pública, a ser instituído no
âmbito do Ministério da Justiça;
- PL 5.002 de 2024 – obriga o condenado a
prestar serviços à comunidade ou pagar dinheiro à vítima ou entidades
beneficentes, quando o regime aberto for imposto em decorrência de
conversão por descumprimento de pena restritiva de direitos.
Todos os projetos da pauta são relatados por Flávio
Bolsonaro.
Poder 360 com informações da Agência Senado.
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