Subiu para
21 o número de mortos no atentado
com um carro-bomba em uma escola da polícia em Bogotá, capital da Colômbia, segundo a
polícia. Entre os mortos está o autor do ataque, José Aldemar Rojas Rodríguez,
que não tinha antecedentes criminais. Nenhum grupo assumiu a autoria da ação.
As
autoridades ainda investigam o que teria motivado o atentado. Segundo o jornal
“El Tiempo”, a procuradoria-geral da Colômbia não descarta que o Exército de
Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa da Colômbia, tenha
envolvimento com a ação que abalou o país.
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Já a rede de
notícias Caracol afirma, também citando a procuradoria, que Rojas era um
especialista em explosivos da ELN e tinha o pseudônimo de 'Mocho Kico'.
Atentado
O jornal
"El Tiempo" relata que Rojas, de 56 anos, chegou dirigindo um veículo
utilitário até a Academia de Polícia General Santander por volta das 9h30
(12h30, horário de Brasília). Ele levava 80 kg de pentolite, que é um forte
explosivo.
Na entrada,
um cão farejador detectou o perigo e, quando os agentes tentaram impedir o
carro, ele acelerou e atropelou um dos vigias.
Em seguida,
avançou em alta velocidade por pouco mais de 200 metros e explodiu quando
passou perto do alojamento das mulheres na escola. Pouco antes de o carro
explodir, ocorria no local uma cerimônia de promoção de cadetes. Imagens
postadas nas redes sociais mostram restos de um carro incendiado. Vidraças das
casas próximas também ficaram danificadas.
A polícia
afirmou que o saldo de 21 mortos ainda é preliminar. Os 68 feridos foram
levados para diferentes hospitais com o apoio das equipes de socorro e
emergência do Distrito de Bogotá. Dez dos feridos seguem internados.
Na Academia
de Polícia General Santander acontecem cursos para cadetes da polícia
colombiana e para policiais de outros países latino-americanos. Segundo
"El Tiempo", uma policial do Equador morreu e outra ficou ferida.
'Ato
terrorista'
O presidente
Iván Duque, que visitou a escola militar, classificou o incidente como
"ato terrorista" e pediu que os autores do ataque sejam levados à
Justiça.
“Os
colombianos nunca cederam ao terrorismo, nós sempre o derrotamos. Esta não será
uma exceção”, declarou.
O Itamaraty
condenou o ataque. "Ao reafirmar seu firme repúdio a todo ato de
terrorismo, independentemente de sua motivação, o governo brasileiro presta
suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas fatais, ao povo e
ao governo da Colômbia, e faz votos de plena recuperação dos feridos",
afirma nota do ministério.
O autor do
atentado
José Aldemar
Rojas Rodríguez nasceu em 13 de maio de 1962 em Puerto Boyacá. A região fica
próxima à fronteira com a Venezuela, e, segundo o "El Tiempo", a
presença do Exército de Libertação Nacional (ELN), composta por cerca de 2 mil
combatentes, é muito forte por lá.
Ainda de
acordo com o jornal colombiano, Rojas comprou o veículo em maio do ano passado
e não tinha passagem pela polícia.
Ainda não
está claro o motivo que levou Rojas a provocar a explosão. A investigação parte
de três hipóteses para a coordenação do ataque:
- Milícias do ELN, responsáveis
por outros ataques em 2017;
- O "clã Úsuga", uma
milícia paramilitar ligada ao narcotráfico no país;
- Dissidentes das Farc, antigo
grupo paramilitar que se converteu em partido político.
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