O futuro
ministro da Economia, Paulo Guedes ,
aproveitou a primeira reunião com governadores eleitos em 2018, nesta
quarta-feira, em Brasília, para colocar em prática a tentativa de negociar as
pautas de interesse do governo com os chefes de Executivo, e não com
parlamentares.
Esse
deslocamento do histórico “toma lá, dá cá” que permeia as relações entre o
Planalto e parlamentares, nas articulações sobre votações no Congresso, foi
defendido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro nas
eleições.
Ao lado de
Bolsonaro, Guedes distribuiu promessas aos governadores, como uma reforma
tributária que garanta mais recursos aos estados. Mas exigiu em troca apoio à
agenda do governo Bolsonaro. A reforma da Previdência foi tratada como
principal item.
– A escalada
do governo federal, a hipertrofia, e esse calote sobre governos estaduais são
um processo de décadas. Os impostos subiram cerca de 18%, 20% do PIB há 30 anos
para até 35%, 36% do PIB atualmente. A União criou contribuições não
compartilhadas com estados e municípios. Temos várias reformas em andamento.
Vamos estudá-las – disse Guedes, ao iniciar as promessas de mais verbas para os
estados.
Segundo o
futuro ministro da Economia, umas das reformas em estudo é a tributária, com a
possibilidade de unificação dos impostos.
– Em vez de
vocês ficarem de pires na mão, tendo que pedir dinheiro toda hora, será o
contrário. Se você conseguir unificar esses impostos, ele já chega repartido.
Nem precisa passar por Brasília – afirmou.
A cobrança
por apoio veio na sequência:
– Querem
ajuste (tributário) mais rápido? Participem da reforma previdenciária conosco.
Façam um sacrifício – disse.
O almoço foi
fechado, sem a presença da imprensa. O GLOBO obteve áudio com o discurso de
Guedes.
Para
completar o aceno, o economista terminou suas ponderações dizendo que ministros
não têm a mesma importância de governadores. Segundo ele, ninguém se lembra os
nomes de ministros.
–
Importantes são os que foram eleitos, governadores e prefeitos que são os
representantes da população – afirmou, cobrando mais uma vez apoio à reforma da
Previdência.
Megaleilão
Na saída do
encontro, alguns dos governadores informaram que Guedes se comprometeu a dividir com estados e municípios o que for
arrecadado no megaleilão do pré-sal, cuja expectativa é que renda aos cofres
públicos cerca de R$ 100 bilhões.
– O
compromisso é que parte dos recursos serão partilhados com os estados. Ele não
detalhou. Ele se comprometeu a compartilhar parte da arrecadação – disse o
governador eleito do Distrito.
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