Sergio Moro, juiz da Lava Jato, indeferiu pedidos da defesa de Lula e manteve sob
sua responsabilidade duas ações penais contra o ex-presidente petista. Uma
envolve a reforma do sítio de Atibaia. Outra refere-se à compra de um terreno
para a construção de prédio do Instituto Lula. Tudo com verbas desviadas da
Petrobras. Ao comunicar suas decisões ao Supremo Tribunal Federal, Moro
lamentou:“Ao invés de esclarecer os fatos concretos e contribuir com a
elucidação da verdade, prefere a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva apelar
para a fantasia da perseguição política”.
Os advogados
de Lula foram à Suprema Corte para tentar tirar das mãos de Moro as duas ações.
Fizeram isso depois que a Segunda Turma do Supremo transferiu de Curitiba para
a Justiça Federal de São Paulo parte das delações da Odebrecht. Moro sustentou
que, ao contrário das alegações da defesa, os vínculos dos casos do sítio e do
terreno com os desvios praticados na Petrobras são nítidos. Não haveria,
portanto, nenhuma razão para retirar as ações penais da 13ª Vara de Curitiba,
onde tramitam os processos da Lava Jato.
No caso do
sítio, reuniram-se evidências de que as despesas foram custeadas pelas
empreiteiras Odebrecht e OAS, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de
Lula. Moro anotou no documento enviado ao Supremo: “…Empreiteiras como a OAS e
Odebrecht envolvidas em acertos de corrupção em contratos da Petrobrás
gastaram, segundo a acusação, cerca de R$ 1 milhão em reformas no sítio de
Atibaia e em favor do ex-presidente.”
O magistrado
insistiu: “…Ao invés de esclarecer os fatos e os motivos, prefere ele [Lula]
refugiar-se na condição de vítima de imaginária perseguição política”. Moro
acrescentou: “…Apesar de as reformas terem sido efetuadas no sítio em São
Paulo, há diversos elementos de conexão com processos em trâmite nesta Vara e
atinentes à Operação Lava Jato.”
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