sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Fim do Esporte Interativo surpreende clubes e alguns pensam em romper contrato de transmissão do Brasileirão



FOLHAPRESS

anúncio do fim do Esporte Interativo na grade da televisão por assinatura do país, nesta quinta-feira (9), surpreendeu os clubes que fecharam acordo de transmissão com o canal na TV fechada para o Campeonato Brasileiro a partir de 2019.

O Bahia, um dos sete times da Série A que assinaram com a emissora, quer pedir a rescisão do contrato na Justiça.

“Se forem confirmadas as informações prévias que temos, somadas aos problemas contratuais já identificados, o Bahia vai buscar a rescisão do contrato via arbitragem e até via judicial. Entendemos que virou muito diferente do que foi proposto inicialmente e vamos buscar a rescisão”, afirmou à Folha o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.

O dirigente disse que o clube não esperava o anúncio do encerramento do Esporte Interativo na televisão brasileira.

“Não tínhamos essa noção. Temos alguns problemas contratuais e agora comercial, pois a mudança de canal afeta muito nossa estratégia e divulgação de marca”.

“Estou aguardando posição do nosso departamento jurídico. Todos nós fomos pegos absolutamente de surpresa”, afirmou Marcello Frazão, diretor de marketing do Santos.

Além de Bahia e Santos, mais cinco times atualmente na Série A fecharam contratos em TV fechada com a empresa do grupo Turner: Atlético-PR, Ceará, Internacional, Palmeiras e Paraná.

O Palmeiras, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que o fato é novo e o clube estuda as implicações da mudança.

O Atlético-PR também se disse surpreendido com a notícia, mas ainda vai esperar uma análise mais detalhada sobre o acordo.

“Fui tão surpreendido quanto os outros clubes. Primeiro, preciso me informar. Vamos analisar o contrato”, disse Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR e homem-forte da política do clube.

“Estou aguardando uma posição do jurídico. Todo mundo foi surpreendido com a notícia. Todos pegos absolutamente de surpresa, lamentamos muito, era um canal importante na cobertura esportiva e é uma notícia muito ruim para o mercado ter um veículo a menos. Agora, em termos práticos, vamos analisar o contrato e entender melhor as implicações”, disse Marcello Frazão, diretor de marketing do Santos.

Robinson de Castro, presidente do Ceará, disse que espera ser chamado para uma reunião com a empresa e que o momento é de aguardar uma definição sobre o acordo.

“Nunca imaginamos que isso ia acontecer. Imagino eu que os contratos deverão ser honrados. Ou executando ou de outra forma. Vamos ver o que acontece”, disse Castro.

O Esporte Interativo foi procurado para comentar a reação dos clubes, mas não respondeu até o momento.

A gigante das telecomunicações americana AT&T comprou em maio deste ano, por 85,4 bilhões de dólares (R$ 330 bilhões), a Time Warner, passando a ter o controle dos estúdios Warner Brother’s, da emissora HBO e dos canais da Turner.

Como a AT&T já tinha no Brasil a Sky, empresa de TV por assinatura, ficaram questões regulatórias em aberto por conta da Lei da TV Paga, o que impactou na decisão de encerrar o canal.

Assim, a fusão foi uma das principais causas para o encerramento das atividades do canal na televisão. A redução de assinantes na TV paga, o mercado em crise e mudanças nos hábitos do consumidor são outros motivos.


Segundo comunicado do grupo, parte da programação será migrada para os canais TNT e Space, que também fazem parte do Grupo Turner.

Foi justamente o fato de ter os jogos transmitidos em um canal que não aquele com quem foi fechado contrato que desagradou aos clubes. Esse procedimento já era utilizado pela Turner em alguns jogos da Liga dos Campeões da Europa, principal torneio exibido pela emissora.

Com o movimento de migração dos eventos e programas esportivos para TNT e Space, a Turner quer criar os chamados “superstations”, canais que contemplam vários gêneros em sua programação e são considerados pela Turner um sucesso nos EUA.

“Ao integrar o melhor do Esporte Interativo com a TNT e o Space teremos os primeiros superstations para o público brasileiro, com o melhor de todos os gêneros, atendendo aos desejos dos nossos fãs, incluindo futebol ao vivo, séries originais, programas de variedades, blockbusters de Hollywood e eventos exclusivos ao vivo”, diz Antonio Barreto, gerente geral da Turner Brasil.

O Esporte Interativo seguirá produzindo conteúdo e atualizando seus perfis nas redes sociais, conforme comunicado divulgado pelo canal.

“O foco nas plataformas digitais e o engajamento nas redes sociais do Esporte Interativo permanecem inalterados. As audiências de esportes estão claramente migrando para essas plataformas, e a Turner está comprometida em liderar essa transformação no nosso mercado, o mais importante para a empresa depois dos EUA”, afirma Barreto.

A respeito dos torneios a que tem direitos de transmissão, o Esporte Interativo diz que seguirá com seus compromissos em relação à transmissão da Liga dos Campeões pelas próximas três temporadas e do Campeonato Brasileiro a partir de 2019 e pelos próximos seis anos, mas nos outros canais do grupo.

Os canais Esporte Interativo, bem como suas atividades de produção, serão desativados nos próximos 40 dias.



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