O ESTADÃO
O deputado
Jair Bolsonaro, famoso por ser enérgico em suas discussões, preferiu evitar um
confronto contra Guilherme Boulos no início do debate presidencial da Band.
Classificado como racista, machista
e homofóbico pelo candidato do PSOL, que ainda o acusou de manter uma
funcionária fantasma em seu gabinete no Congresso, o capitão reformado do
Exército abriu mão de seu tempo na tréplica e não prolongou a
discussão. “Não vim aqui para bater boca com cidadão desqualificado”,
disse Bolsonaro.
Cabo Daciolo
O deputado
federal Cabo Daciolo foi um dos principais destaques no primeiro debate
presidencial. Logo em sua primeira fala, o parlamentar disparou contra os
demais participantes, afirmando que eles representavam a “velha política”.
Com um
discurso eloquente, que misturou uma narrativa nacionalista, religiosa e de
denúncias contra supostas conspirações comunistas, o candidato defendeu a
auditoria da dívida pública, a redução dos impostos, a greve dos caminhoneiros,
os militares e o combate à corrupção “pela honra e glória do senhor Jesus”.
“Eu sou o
Cabo Daciolo, servo do deus vivo, sou cristão, bombeiro militar e dizer ao meu
companheiro Bolsonaro: você não é o único não, irmão. Eu estou aqui. Nação
brasileira, nós estamos aqui e vamos transformar a nação brasileira para honra
e glória do senhor Jesus”, disse o candidato no terceiro bloco.
Eleito
deputado pelo PSOL, Daciolo foi expulso do partido em 2015
depois de propôr projetos com viés religioso. O parlamentar ficou
conhecido em 2011, quando participou da greve dos bombeiros do Rio de Janeiro e
chegou a ser preso por conta da mobilização. Sua candidatura à Presidência pela
Patriota foi oficializada na pequena cidade de Barrinha (SP), localizada na
região metropolitana de Ribeirão Preto.
Ao final do
debate, de acordo com números do Google Trends, Daciolo foi o segundo candidato
que mais gerou interesse de busca dos internautas entre todos os participantes
do debate, atrás apenas de Jair Bolsonaro.
Igor Moraes,
O Estado de S.Paulo
10 Agosto
2018 | 03h03
O primeiro
debate entre os candidatos a presidente da República nas eleições 2018ocorreu nesta quinta-feira, 9. O encontro,
promovido pela Band, reuniu oito presidenciàveis: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriotas), Ciro Gomes (PDT),Henrique
Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Marina Silva (Rede).
A expectativa de que Bolsonaro seria um
dos principais alvos não se confirmou. O tucano Alckmin, dono da maior
coligação na corrida ao Planalto, foi quem mais sofreu ataques.
Confira abaixo os principais
personagens e momentos do primeiro debate presidencial das eleições 2018:
Bolsonaro X Boulos
Guilherme
Boulos provocou Bolsonaro, mas o candidato do PSL não prolongou a discussão
Foto: REUTERS/Paulo Whitaker
O deputado
Jair Bolsonaro, famoso por ser enérgico em suas discussões, preferiu evitar um
confronto contra Guilherme Boulos no início do debate presidencial da Band.
Classificado como racista, machista
e homofóbico pelo candidato do PSOL, que ainda o acusou de manter uma
funcionária fantasma em seu gabinete no Congresso, o capitão reformado do
Exército abriu mão de seu tempo na tréplica e não prolongou a
discussão. “Não vim aqui para bater boca com cidadão desqualificado”,
disse Bolsonaro.
Cabo Daciolo
O deputado
federal Cabo Daciolo foi um dos principais destaques no primeiro debate
presidencial. Logo em sua primeira fala, o parlamentar disparou contra os
demais participantes, afirmando que eles representavam a “velha política”.
Com um
discurso eloquente, que misturou uma narrativa nacionalista, religiosa e de
denúncias contra supostas conspirações comunistas, o candidato defendeu a
auditoria da dívida pública, a redução dos impostos, a greve dos caminhoneiros,
os militares e o combate à corrupção “pela honra e glória do senhor Jesus”.
“Eu sou o
Cabo Daciolo, servo do deus vivo, sou cristão, bombeiro militar e dizer ao meu
companheiro Bolsonaro: você não é o único não, irmão. Eu estou aqui. Nação
brasileira, nós estamos aqui e vamos transformar a nação brasileira para honra
e glória do senhor Jesus”, disse o candidato no terceiro bloco.
Eleito
deputado pelo PSOL, Daciolo foi expulso do partido em 2015
depois de propôr projetos com viés religioso. O parlamentar ficou conhecido
em 2011, quando participou da greve dos bombeiros do Rio de Janeiro e chegou a
ser preso por conta da mobilização. Sua candidatura à Presidência pela Patriota
foi oficializada na pequena cidade de Barrinha (SP), localizada na região
metropolitana de Ribeirão Preto.
Ao final do
debate, de acordo com números do Google Trends, Daciolo foi o segundo candidato
que mais gerou interesse de busca dos internautas entre todos os participantes
do debate, atrás apenas de Jair Bolsonaro.
Centrão
A coligação
que garantiu o maior tempo de TV durante o horário eleitoral para Geraldo
Alckmin foi o ponto mais explorado por seus adversários durante o debate
presidencial da Band.
As críticas
partiram principalmente de Marina Silva. Em um diálogo sobre educação, a
candidata da Rede afirmou que é preciso tomar cuidado quando o “condomínio já
está cheio de lobo mau querendo comer o dinheiro da vovozinha”. Em outra
oportunidade, ela afirmou que “quando se ganha [a eleição] com quem não tem
compromisso com a ética, isso contamina o governo e todas as promessas caem no
vazio”.
Via de
regra, Alckmin justificou a importância de sua coligação pela garantia de
governabilidade em caso de vitória nas eleições. Em uma das provocações de
Marina, o ex-governador lembrou que a candidata já foi do PV, criou a Rede e,
atualmente, fez promoveu uma coligação entre o novo e o velho partido. Em outro
momento, Alckmin subiu o tom contra de Marina e recordou do seu passado no PT.
“Quero lembrar que eu nunca fui do PT e nem ministro do PT. Deixar bem claro
que somos de uma outra linhagem”, disparou o tucano.
50 tons de Temer
Guilherme
Boulos provocou risos de praticamente toda a plateia que acompanhava
pessoalmente o debate presidencial na Band quando, ao formular
uma pergunta para o candidato Henrique Meirelles, afirmou que o debate tinha “50 tons de Temer”.
“Você não é
apenas o candidato do Temer. Aqui nesse debate tem 50 tons de Temer. Aliás,
quem diz que quer coisa nova, tem que pensar no que fez no verão passado”,
disse Boulos.
A frase
provocou sorrisos inclusive de Meirelles.
Lula de fora
A Justiça
não autorizou a presença de Luiz Inácio Lula da Silva, oficializado candidato a
presidente pelo PT mesmo condenado e preso pela Lava Jato, no debate
presidencial da Band. E o ex-presidente ficou de fora até mesmo dos diálogos
entre os candidatos.
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